O ano de 2020 vai ficar marcado com o fim da jornada de Arrow. Entre altos e baixos, um fato nunca poderá ser negado a respeito da série do Arqueiro Verde: a responsabilidade por iniciar uma nova era dos heróis na tv. Mais do que isso, a produção da CW apresentou versões de vários heróis e heroínas da DC e criou um universo televisivo que dificilmente será esquecido devido a sua importância: O Arrowverse. Por isso, não é erro dizer que Oliver Queen estará vivo por muito tempo na memória dos fãs.

Em suas primeiras temporadas, Arrow se apoiava em uma premissa simples de um homem que sobreviveu aos perigos de uma ilha infernal e voltou para casa com um único objetivo: salvar a sua cidade. Com uma lista de nomes de responsáveis por tudo que havia de ruim em Starling City, Oliver Queen (Stephen Amell) se dedicou de corpo e alma a sua missão. Ele começou sozinho nessa jornada que o levou a se tornar outra pessoa e algo diferente de tudo já foi algum dia. Não durou muito tempo para que aliados começassem a surgir como é o caso de John Diggle (David Ramsey) e Felicity Smoak (Emily Bett Rickards).

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Esse era apenas o início de uma história que começou muito bem, principalmente por beber na fonte da trilogia do Batman comandada pelo cineasta Christopher Nolan. Inclusive, é por causa dessa inspiração que a versão sombria e realista do Arqueiro Verde sempre foi chamada de “Batman Verde”. Isso por um lado fazia bem a Arrow que teve grandes momentos nas duas primeiras temporadas, consideradas por muitos fãs como as melhores de toda a série. Por outro lado, não se pode dizer o mesmo do que veio nos anos seguintes (3ª e 4ª temporadas) quando os produtores começaram a extrapolar muito na utilização de vilões e elementos clássicos do Cavaleiro das Trevas como é o caso de Ra’s al Ghul (Matt Nable) da Liga das Sombras.

Infelizmente, isso não é tudo. Foi nesse momento que tomava forma um interesse amoroso com Felicity que só pode ter nascido para atender o pedido dos fãs que sempre “shiparam” o casal. Essa mudança em relação ao material original em um primeiro momento não fez muito sentido narrativo, mas com o tempo acabou ganhando seu lugar.

No entanto, assim como Oliver, que precisou passar uma árdua jornada de redenção para realmente se transformar em um herói, Arrow teve sua volta por cima com uma 5ª temporada de grande qualidade. Nesse momento, todos os detalhes que tinham feito o público abandonar a série conseguiram uma melhoria significativa. Até mesmo decisões questionáveis do passado, como o famoso Olicity, e flashbacks cansativos da ilha de Lian Yu não incomodavam tanto. Mais do que isso, a produção da CW encontrou naquele momento o caminho ideal para criar ótimos vilões e ainda introduzir novos heróis no Arrowverse.

Aliás, quando o assunto é introdução de personagens Arrow foi de fundamental importância para o surgimento de versões de personagens da DC nesse universo televisivo conhecido como Arrowverse. Foi de lá que conhecemos o protagonista de The Flash quando ainda era apenas o cientista forense Barry Allen (Grant Gustin), Ray Palmer (Brandon Routh) e Sara Lance (Caity Lotz) de Legends of Tomorrow. De certo modo, não havia lugar melhor para essas introduções já que a série pode ser considerada a base para essas outras.

Por esse motivo, não era surpresa alguma quando nos crossovers anuais do canal o Arqueiro Verde sempre tinha um papel central a ser desempenhado. No crossover mais recente e também mais ambicioso já feito na tv com super-heróis, Crises nas Infinitas Terras, encontramos o ápice da sua jornada antes mesmo dos episódios finais da série. Apesar de um dos momentos mais épicos envolver o herói, não há como esquecer o impacto da decisão narrativa que encerra a Crise. É algo que causa um sentimento controverso nos fãs que têm sua experiência de 8 anos de certo modo alterada. Por outro lado, há de se ressaltar a ousadia da produção em utilizar um recurso tão polêmico dos quadrinhos.

Polêmicas à parte, só resta dizer que Arrow foi marcante, mas com várias imperfeições assim como o personagem que sempre foi essencialmente humano. Assim como ele, a série do Arqueiro Verde encontrou um fim poético e emocionante. O último episódio, “Fadeout”, é a maior prova disso pois nos lembra do movimento do atirar de uma flecha. Um braço a leva para trás enquanto os olhos miram para o alvo. É exatamente o que essa despedida faz: homenageia todo o legado de Arrow e ainda olha para o futuro que está sendo construído com o surgimento de novos rostos para o heroísmo da CW.

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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