Talvez os 12 anos filmando Boyhood tenha causado um efeito ruim em Linklater. A Melhor Escolha é um filme que destoa muito da filmografia do cineasta, talvez seja seu pior filme. Adaptado do romance de Darryl Ponicsan e uma espécie de sequencia do clássico The Last Detail. O longa peca em um erro muito primário e cada vez mais repetido no cinema, a falta total de timing na trama. Uma piada no tempo errado, ou um drama sem carga emocional, que prejudica muito a experiência do filme.
Larry (Steve Carell) recebe a noticia do falecimento de seu filho em uma investida na guerra do Iraque. Após anos sem o contato com seus amigos, Larry então decide reunir o trio, chamando assim, Sal (Bryan Cranston) e Mueller (Laurence Fishburne) para buscar o corpo do jovem e preparar um funeral digno.
Percebemos que o filme não trata de trama complexa. E não é mesmo. A princípio pode se pensar que veremos um filme que questione a indústria dos filmes patrióticos, mas infelizmente isso não acontece. Temos excelentes passagens de humor, mas que perdem o sentido quando colocadas no contexto da reunião dos amigos, já que estamos falando da morte do filho de um dos integrantes do trio. Uma espécie de road trip bizarra com um caixão começa a acontecer, e nesse momento tudo já foi por água abaixo.
Linklater é o tipo de diretor que te gera expectativas, possui em seu currículo pequenas obras primas. Então me espanta um diretor como ele entregar um telefilme que é cheio de contradições dentro dele mesmo, fazendo com que seus personagens sejam uns amálgamas estranho de norte americanos genéricos.
Ver esse filme pode gerar um pouco de revolta, tanto potencial e talento sendo mal usado. Um elenco sensacional dirigido por um cara acima da média parecia ser o casamento perfeito. As breves risadas que Linklater provoca acabam não sendo compensadas as horas de reflexão sobre o quão sem vida, e sem significado, uma obra pode se tornar.