Desde 2003, o escritor Dan Brown conquistou a fama com o polêmico O Código da Vinci e seu protagonista, o professor e simbologista de Harvard, Robert Langdon. A partir daí, o personagem enfrentou diversos inimigos e desvendou segredos que abalariam as estruturas de entidades poderosas. Contudo, dessa vez ele se encontra no meio de um pesadelo prestes a se tornar realidade em Inferno, romance cuja adaptação acaba de estrear nos cinemas.
A trama começa com Langdon despertando em um hospital, após um terrível sonho, com um ferimento na cabeça causado por um tiro de raspão. Desorientado, ele se dá conta de que está em Florença, mas não faz ideia de como foi parar em outro país. Na verdade, ele não se lembra de nada das últimas 36 horas, porém, antes que pudesse pensar mais sobre o que aconteceu, uma mulher invade o hospital para matá-lo. Mas graças à ajuda da médica Sienna Brooks, o professor consegue escapar. Logo depois ele descobre que está de posse de um misterioso objeto contendo mapas e códigos elaborados por uma mente brilhante inspirada pela grande obra de Dante Alighieri: A Divina Comédia. Assim, Langdon e Sienna partem em uma busca através do berço do Renascimento, esperando salvar suas vidas e impedir a ameaça que espreita.
Diferentemente dos outros livros, dessa vez o inimigo não é uma sociedade secreta, mas sim uma única pessoa com um intelecto superior disposto a tomar medidas extremas para guiar o rumo da humanidade. Como se isso, por si só, já não fosse suficiente, Langdon está envolvido nesse mistério de alguma forma sombria que ele desconhece, tendo que se antecipar a uma verdadeira catástrofe associada a pestes, epidemias e imagens infernais idealizadas por Dante séculos atrás.
Um fato interessante é que Dan Brown nos mostra toda a influência que Dante exerceu sobre vários segmentos da arte, desde a literatura, pintura, esculturas, música e cinema. Ele faz isso de forma natural, mesclando ficção e fatos históricos de forma que seu próprio livro é completamente inspirado na obra do poeta florentino. Aliás, essa é uma marca dos livros de Brown: misturar sua criatividade à arte e à ciência para criar uma narrativa repleta de suspense e referências culturais.
Algo que divide opiniões nos seus romances é que ele costuma se basear em dados científicos e extrapolá-los. Na grande maioria das vezes, a tecnologia citada pelo autor está, na realidade, anos-luz atrasada em relação à história contada. No caso de Inferno, o salto tecnológico se refere ao campo da genética. Entretanto, eu pessoalmente admiro essa característica, pois quando a fantasia se baseia em uma premissa real, fica muito mais fácil de ser assimilada. Além disso, mesmo que ainda não estejamos em um nível tão avançado, é algo que futuramente pode vir a acontecer.
E, justamente por esse motivo, a trama trás consigo muitas reflexões filosóficas principalmente sobre o crescimento descontrolado da população mundial. O mais alarmante é que as informações sobre esse assunto específico são reais e de fato não existe nenhuma solução para o problema. As implicações sobre possíveis avanços tecnológicos também estão presentes, discutindo de que forma a população terá acesso às novas tecnologias e se, sob um olhar religioso, isso é o correto.
“– É uma pergunta hipotética – disse ela. – Você mataria metade da população hoje para salvar a nossa espécie da extinção?”
Em meio a tantos eventos reais e imaginados, a narração vai se desenvolvendo até chegar ao ápice. Arrisco dizer que, de todos os livros de Dan Brown, este é o mais ambicioso e com o final mais imprevisível (a ponto de o leitor sentir-se totalmente ludibriado). Portanto é natural que haja grandes expectativas sobre sua adaptação com um elenco de grandes estrelas.
“Os lugares mais sombrios do Inferno são reservados àqueles que se mantiveram neutros em tempos de crise moral.”
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