Chegou a vez do Venom ter uma segunda chance no cinema. Assim como ele, vários outros personagens nascidos nos quadrinhos já tiveram mais de uma oportunidade em outras mídias. Alguns deram certo e outros continuam tentando até hoje. Em qual caso o primeiro filme solo deste anti-herói se enquadrará, só saberemos em breve. De qualquer modo, fica aqui a oportunidade de rever alguns detalhes do passado deste personagem que, assim como sua passagem na sétima arte, as vezes é ameaça ou herói.
Se for pra seguir uma linha temporal coerente, é importante lembrar que Venom sempre teve uma grande importância nas histórias do Homem-Aranha. Durante os anos 80, “ele” era apenas uma roupa encontrada pelo cabeça de teia na saga Guerras Secretas. Algum tempo depois, Peter Parker descobriu que se tratava de um simbionte alienígena que estava controlando ele de várias formas. Para se livrar deste influência, o herói foi à uma igreja onde poderia se livrar desse mal graças à uma fraqueza do simbionte: o som. Depois disso, o caminho ficou livre para o jornalista Eddie Brock que nutria grande ódio pelo aranha. Nascia assim o Venom.
Para muitos fãs, esta é a origem clássica/canônica que inclusive já foi retratada não só no cinema como em animações. Antes de despertar o “trauma” de certos leitores, vale a pena resgatar uma lembrança mais alegre. Em Spider-man: The Animated Series, a origem de Venom é retratada de forma bem diferente mas ao mesmo tempo fiel se analisá-la como um todo. Questões como o fato do Homem-Aranha ter encontrado o simbionte no Planeta Beyonder, como ocorreu na saga citada, foram excluídas para algo mais coerente com a trama que vinha sendo trabalhada no desenho. Mesmo com este detalhe de lado, todo o restante foi mantido e com isso tivemos bons e divertidos episódios de confronto entre os dois. Outras animações podem ser citadas nesse sentido como The Spetacular Spider-Man que trouxe para o público uma versão mais próxima da retratada no Universo Ultimate, entre outras mais recentes que buscaram adaptar momentos atuais das HQs.
Obviamente, estas citações não amenizam o fato de que Homem-Aranha 3 aconteceu e que muitos de nós ainda se lembram disso com certo pesar. Conhecido por traumatizar grande parte do público de várias formas, este filme ficou marcado por nos apresentar uma um Peter Parker ridículo sob a influência do simbionte e uma versão cinematográfica do Venom que todos gostariam de apagar da memória pra sempre. Infelizmente, isto não é possível. Talvez por isso, os estúdios da Sony tenham aprendido com o fracasso do fim da trilogia aracnídea e usado como incentivo para esta segunda chance cinematográfica.
Sobre esta nova oportunidade, pouco pode ser dito no momento. O filme já estreou e tudo o que esperamos é que tenhamos uma boa experiência assistindo o retorno de Eddie Brock/Venom aos cinemas. Se for para levar em conta o ator que viverá esta versão do personagem, o sucesso é praticamente garantido. Tom Hardy já provou seu talento em adaptações de quadrinhos ao interpretar Bane em O Cavaleiro das Trevas Ressurge e agora chegou o momento de fazer o mesmo nesta produção. Mesmo sabendo que muitos aspectos de sua origem foram alterados nesta história, ainda há a expectativa para que no final das contas o resultado seja positivo. Só assim saberemos se o filme do Venom salvará o simbionte de um fracasso ou ameaçará esta nova chance de uma vez por todas.
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Olhar Literário é uma coluna escrita por Marcus Alencar. Marcus é redator no site Leituraverso e um dos hosts do podcast Leituracast