Não julgue um livro pela capa ou pelo seu título. Se você fizer isso, poderá perder uma ótima oportunidade de conhecer não só um novo e promissor autor como também de se encantar com seu primeiro trabalho literário. Muito mais do que um romance convencional e de uma história de ficção cientifica, Paradoxo de Renivaldo Cordeiro vai além do que se espera em um primeiro momento. Por esse motivo, dar uma chance para a publicação significa conhecer uma jornada rica em reflexões e envolvente nos seus detalhes.
Na trama, conhecemos Bernardo, um jovem incomum, muito talentoso, poeta e universitário que vive apenas com sua mãe, depois do falecimento de seu pai. Quando passa a ter sonhos recorrentes com uma mulher que não sabe quem é, se vê num dilema. De um lado o amor de sua vida que só pode encontrar quando está dormindo e do outro a “vida real”, com tudo o que ele conhece e sabe de fato. Além de ter de confrontar suas certezas, sua caminhada para entender o que está acontecendo o obriga a encarar velhos fantasmas que o assombram ao mesmo tempo que o aproximam de uma vida mais plena e leve.
Em primeiro lugar, essa não é a primeira vez que vemos na literatura nacional um protagonista em uma jornada como essa no mundo dos sonhos. No livro Fios de Prata – Reconstruindo Sandman e no conto O Mercador de Sonhos essa temática também é abordada. No entanto, Paradoxo segue para um caminho diferente quando desenvolve mais o mistério que vai sendo decifrado aos poucos do que a fantasia desse novo mundo como acontece nas obras citadas. No caso do leitor que não conheça nenhuma dessas outras publicações, fica a dica para ver como elas dialogam entre si.
Sobre a “caminhada” a qual a premissa de Paradoxo se refere, valer dizer que isso é sem sombra de dúvida o seu maior trunfo. Há vários motivos que fortalecem essa afirmação como por exemplo o fato do caminho de Bernado desenvolver na narrativa temas como autoconhecimento, espiritualidade, paz interior e amor, principalmente. Aliás, mais importante do que acompanhar e entender com ele o que está acontecendo é refletir sobre cada momento de sabedoria do livro. Inclusive, não é exagero nenhum dizer que o leitor terá que parar alguns instantes para fazer reflexões antes de seguir adiante com a leitura.
“Sei que é muito difícil se entregar a algo ou alguém sem entender nem conhecer. É como saltar sem paraquedas, e isso dá medo… mas é com experiências desse tipo que se faz uma vida valer a pena.”
“A vida é uma viagem e embora às vezes não pareça, ela tem um propósito.”
“Conheça seus medos e não o assustarão mais. Conheça seus limites e eles se tornarão portas para ir adiante. Conheça seu coração e ele lhe mostrará o caminho certo.”
Curiosamente, Paradoxo é exatamente aquilo que promete em sua capa e título ao mesmo tempo em que não é apenas isso. Essa afirmação feita com o intuito de parecer confusa e indicar uma ideia paradoxal serve para definir o livro de Renivaldo Cordeiro. Em outras palavras, um misto de romance e ficção cientifica com reflexões feitas de forma inspirada e poética. Um início promissor para este autor que merece ser conhecido por um público maior.
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