Após tanto tempo aguardando a estreia do quarto ano de Stranger Things, a espera pela conclusão da temporada no volume 2 até que foi curta. Porém, mesmo com apenas dois episódios restantes, a sensação que fica é que percorremos uma maratona e, ao final dela, ficamos abalados com o desfecho sombrio escolhido pelos produtores.
Os dois últimos episódios retomam a narrativa no ponto em que o volume 1 termina. Assim, vemos Eleven (Millie Bobby Brown) se readaptando aos seus poderes antes de confrontar Vecna pela última vez. Enquanto isso, o pessoal que permaneceu em Hawkins decide agir por conta própria em um ataque final e desesperado dentro do Mundo Invertido. Correndo paralelamente a isso, temos o arco de Hopper (David Harbour) e Joyce (Winona Ryder) tentando voltar para casa.
A receita habitual de Stranger Things é separar o grupo de amigos em núcleos diferentes e reuni-los ao final para enfrentarem a grande ameaça juntos. Contudo, a colaboração deles é feita à distância dessa vez, o que se mostra uma decisão coerente, visto que os personagens estão separados por quilômetros de distância e um reencontro a tempo seria inviável. Até mesmo o núcleo da Rússia consegue se encaixar na trama levando em consideração a mente coletiva do Mundo Invertido.
Apesar de serem dois episódios bem longos que poderiam ter sido divididos em partes menores, mal percebemos a passagem do tempo quando a ação está acontecendo. É possível fazer uma lista de momentos icônicos e marcantes como, por exemplo, a mostra do poder de Eleven, ou então o solo de guitarra insano de Eddie Munson (Joseph Quinn) e também o embate direto contra o Vecna ao som de Running Up That Hill. Esses são apenas algumas das cenas mais impactantes, porém há outras inclusive mais chocantes.
Ainda sobra tempo para a redenção de alguns personagens em meio aos acontecimentos trágicos que os irmãos Duffer haviam nos alertado que veríamos nessa temporada. Realmente há perdas dolorosas, mas nada que fuja ao padrão que vimos nas temporadas anteriores. No momento em que parece que algo realmente ousado vai ocorrer, falta coragem da produção de ir adiante e dão um jeito de voltar atrás.
Mesmo com esse detalhe, essa temporada possui a conclusão mais sombria de todas, na qual fica um gosto amargo na boca tanto dos personagens quanto dos espectadores. Isso mostra que a série está seguindo por um caminho obscuro e que ninguém ainda está definitivamente fora de perigo na quinta e última temporada.
Stranger Things 4 entrega, até então, o melhor momento do programa, que está cada vez mais maduro e ousado, ainda que se mantenha preso à sua fórmula inicial. Agora só nos resta esperar para ver até onde essa ousadia se estenderá no 5º ano da produção, ainda sem previsão de estreia.
Assista ao trailer:
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Stranger Things 4: Volume 2
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