Tijolômetro – Invencível (3ª Temporada)
A terceira temporada de Invencível chega consolidando a série como uma das melhores animações de super-heróis da atualidade. Mais madura e bem amarrada do que nunca, a temporada foca no dilema central de Mark: matar ou não matar? O herói agora entende melhor seus poderes e sua responsabilidade, mas isso o leva a enfrentar dilemas morais mais profundos.
Robert Kirkman, criador da HQ original (e também da HQ de The Walking Dead), segue expandindo seu universo animado com maestria. A série acompanha Mark Grayson, um jovem que herda poderes de seu pai, o temido Omni-Man, e precisa lidar com a responsabilidade de ser um herói. As duas primeiras temporadas foram marcadas por grandes revelações e batalhas intensas, estabelecendo Invencível como uma obra que não tem medo de explorar temas pesados. Nesta nova fase, o foco se volta para o crescimento de Mark e os desafios que acompanham suas escolhas.
Tecnicamente, a temporada segue os altos e baixos da série. A animação nos dois episódios finais brilha ao retratar cenas icônicas das HQs com um nível de brutalidade impressionante. No entanto, a qualidade cai em outros momentos, um problema que já havia sido notado na temporada anterior. Além disso, a Amazon novamente peca na divulgação da série, como fez no segundo ano. Considerando o sucesso da obra e a legião de fãs que conquistou, era de se esperar um marketing mais agressivo para uma das melhores séries animadas da atualidade.
O grande tema da temporada é o conflito interno de Mark sobre matar ou não. Em diversos momentos, a série apresenta situações que o levam a refletir sobre isso. Até mesmo a mudança de uniforne compõe essa fase do personagem. Um dos primeiros impactos na temporada ocorre quando ele acredita ter matado Angstrom Levy, fato ocorrido na segunda temporada, o que o atormenta profundamente. Outro momento crucial é quando seu irmão Oliver assassina brutalmente os Gêmeos Demolidores, mostrando que a decisão de tirar uma vida pode ter consequências. O Imortal do futuro chega a pedir que Mark o mate, adicionando ainda mais peso a esse dilema. E, em um dos clímaxes da temporada, quando Mark tem a chance de matar Angstrom, ele hesita, o que gera um conflito direto com Oliver, que questiona sua postura.
O episódio que mais explora essa questão moral é o de PowerPlex. O vilão busca vingança contra Mark, acreditando que ele foi responsável pela morte de sua família. A trama deixa claro que qualquer escolha tem consequências: se Mark matá-lo, reforçará a visão de que é uma ameaça. Se não o fizer, outros podem se aproveitar de sua hesitação. Esse episódio adiciona uma camada dramática densa à história, mostrando que não existe uma resposta simples para os dilemas do protagonista.
Além da profundidade narrativa, a temporada se destaca pela ação visceral. A Guerra Invencível e a batalha contra o Conquista entregam algumas das lutas mais impactantes da série até agora. Os momentos de brutalidade extrema e a intensidade das cenas garantem um espetáculo visual e emocional para os fãs. O resultado final é uma temporada emocionante, visceral e repleta de ação, com alguns dos melhores momentos da série até agora. Apesar de alguns problemas técnicos na animação e da divulgação tímida por parte da Amazon, Invencível entrega um terceiro ano que pode ser considerado o mais sólido da franquia.
O final da temporada deixa várias tramas abertas para os próximos anos. O retorno de Battle Beast, a ameaça dos Sequids, uma presença demoníaca misteriosa e, claro, o inevitável confronto com mais Viltrumitas são alguns dos ganchos deixados para futuras temporadas. Ainda não há confirmação oficial sobre a data de lançamento da quarta temporada, mas dado o sucesso da série, é apenas uma questão de tempo até vermos a continuação da jornada de Mark. Enquanto isso, as três temporadas de Invencível estão disponíveis no Prime Video.
Confira o trailer da temporada:
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