Tijolômetro – Superman (2025):

O segundo semestre de 2025 ainda promete muitas novidades, mas nenhuma delas é tão aguardada quando a estreia de Superman. O novo filme do maior super-herói da DC marca o reinício do universo compartilhado do estúdio nos cinemas após James Gunn e Peter Safran assumirem o comando criativo. Depois de tantas polêmicas, dúvidas e especulações, é gratificante perceber que a espera valeu a pena e que o DCU está em boas mãos.
A trama nos revela que o Homem de Aço está na ativa há três anos enquanto tenta conciliar sua vida como Clark Kent (David Corenswet) com a de protetor da Terra. Em meio ao clima de guerra entre duas nações e à manipulação da opinião pública feita por Lex Luthor (Nicholas Hoult), os ideais do herói serão postos à prova, bem como sua fé em si mesmo.
A primeira coisa que percebemos com relação a Superman é que não se trata de mais um filme de origem. Com uma contextualização rápida logo na cena inicial, o longa parte do princípio de que o protagonista já é uma figura estabelecida no imaginário popular e o insere em um universo onde a existência de meta-humanos é conhecida. Nesse caso, mesmo o espectador que não tem familiaridade com essa temática pode apreciar a história sem muitas perdas.
A partir dessa introdução, James Gunn prepara o terreno para o que ele sabe fazer de melhor em produções desse gênero: misturar com maestria humor, ação e uma boa trilha sonora — como ele já havia feito com sucesso na trilogia dos Guardiões da Galáxia e em Esquadrão Suicida (2021). O resultado é a sensação nostálgica de folhear uma história em quadrinhos bem desenhada e colorida.
Nesse aspecto visual, a paleta de cores vibrantes e otimistas abandona de vez a estética sombria de Zack Snyder para o personagem. O CGI é outro fator positivo considerando sua qualidade, particularmente durante as sequências de ação mais intensas e dinâmicas.
A escolha de David Corenswet para o papel principal prova-se outro acerto, pois o ator consegue transparecer a humanidade de Clark (tal qual Christopher Reeve) ao mesmo tempo em que apresenta um Superman idealista, fiel à missão de salvar a todos e, por conta disso, um pouco ingênuo. Algo que também é explorado são suas vulnerabilidades e inexperiência, especialmente para lidar com derrotas, ampliando a profundidade do personagem-título.
Um dos pontos de maior preocupação quando o elenco começou a ser revelado foi a quantidade de personagens que fariam parte da obra, o que poderia tirar o foco do protagonista. Felizmente, isso não acontece e a narrativa consegue se manter centrada na jornada do kryptoniano.
Mesmo assim, os coadjuvantes têm seus momentos de destaque. Quem chama atenção nesse quesito é o Sr. Incrível (Edi Gathegi), cuja relevância lhe rende um bom tempo de tela. Guy Gardner (Nathan Fillion), o Lanterna Verde, também tem muito potencial para ser explorado futuramente. Já Lois Lane (Rachel Brosnahan) não se limita a atuar como um par romântico; ela é uma das figuras que mais desafia o Superman e contesta suas atitudes. Por último — e mais importante — está Krypto. O Supercão esbanja carisma e fofura, sem contar que é bem utilizado pelo roteiro com as dinâmicas certas para cada circunstância em que ele aparece.
Além de todos esses personagens, é preciso destacar o trabalho impecável de Nicholas Hoult como Lex Luthor. Dentre as versões live-action, esta certamente é uma das mais memoráveis dada a construção do personagem. A inteligência e a capacidade de manipulação fazem dele um vilão digno de respeito, principalmente se levarmos em conta suas ambições pessoais.
Apesar do senso de humor, o filme tem um contexto político bem definido ao abordar a guerra na Borávia e um tom crítico a respeito de como as informações são manipuladas e distorcidas na era da Internet. Isso fica bem evidente no início, contudo perde espaço para a ação desenfreada e só é retomado perto do desfecho, algo que poderia ter se sustentado ao longo do desenvolvimento.
No fim das contas, Superman chega aos cinemas não apenas correspondendo às expectativas, mas superando-as ao redefinir o rumo do DCU nos cinemas. Para os fãs do herói e de todo esse universo compartilhado, a presença de James Gunn no comando é um sinal de esperança de que outros projetos tão bons quanto esse ainda estão por vir.
Assista ao trailer:
Conteúdo relacionado:
- Leia a crítica de Guardiões da Galáxia (2014)
- Esquadrão Suicida (2021)
- Conheça o documentário Super/Man: A História de Christopher Reeve (2024)
- Homem de Aço, de Zack Snyder (2013)
Fique por dentro das novidades!
