Eu tenho uma série de textos aqui no Tarja sobre filmes que merecem mais reconhecimento que possuem. A cultura pop possui uma produção tão voraz que é difícil de acompanhar tudo que sai nas diversas mídias. Quadrinhos possuem alguns clássicos que todo fã lê uma vez na vida, mas uma pérola ou outra acaba escapando. Não significa que todos os títulos nessa lista são obras primas da humanidade, mas são altamente divertidos, originais e dão uma ótima satisfação ao final da leitura.
Capitão Átomo (Novos 52)
Já discutimos várias vezes, inclusive no nosso podcast, sobre a eficiência da reformulação da DC durante os Novos 52. Muita coisa ruim foi feita com Batman e Superman neste período. Mas algumas pequenas preciosidades surgiram neste momento e passaram despercebidas pela maioria dos leitores. Capitão Átomo era a ideia original de Alan Moore, em Watchman, mas por pedido do editor ele criou um personagem do zero e assim nasceu o Doutor Manhattan. Nos Novos 52 o personagem super poderoso ganhou uma revista própria onde eram abordadas diversas questões filosóficas sobre o que é ser um deus, responsabilidade e até mesmo se existe a possibilidade de paz na humanidade. No total ele teve treze edições (uma delas sendo chamada de edição zero) e elas saíram no Brasil na revista mensal do Flash e depois no mix Universo DC.
Thor: Tempestade Divina
Kurt Busiek é um roteirista que não recebe toda a atenção que merece. Apesar de todas as ótimas obras que ele já produziu, ele não é tão badalado como outros grandes nomes da indústria. Esta história saiu pela Panini na extinta revista Marvel Apresenta e é simplesmente incrível. A arte de Steve Rude é incrível e emula com perfeição o estilo de arte dos anos 60 no início das revistas do Thor. Para quem sente falta de histórias que utilizem a mitologia nórdica clássica está é uma ótima pedida. Monstros colossais, Loki tentando destruir tudo e revisitando ideias que eram usadas nos primórdios do personagem na Marvel. Uma história fechada, leve, divertida e ao mesmo tempo épica ao seu modo.
Superman: A Guerra dos Mundos
As histórias da linha Elseworlds da DC tinham uma proposta muito interessante de pegar os heróis icônicos da editora e recriá-los em outros períodos históricos. Aqui temos uma ideia fantástica. Misturar o Superman com o icônico livro de H.G. Wells. E se o herói lutasse contra os marcianos num embate pelo destino da Terra? Mais que uma história que emula uma arte clássica, estamos falando de histórias dos anos 40. A ideia é realmente contar uma aventura usando o conceito mais raiz possível do Superman. Ele nem sequer voa nessa aventura, e sim dá grandes saltos como nos anos 40. O roteiro fica por conta do Roy Thomas, uma lenda dos quadrinhos e com desenhos de Michael Lark que realmente faz um trabalho incrível em criar essa atmosfera antiga. A trama é incrivelmente boa e se fecha em uma edição de forma espetacular e foi publicada aqui no Brasil pela Mythos.
Wolverine Logan
Muito se explora o passado de Logan, principalmente durante as duas grandes guerras mundiais. Nesse caso temos uma história que conta o que aconteceu enquanto ele estava no Japão, especificamente em Hiroshima. Mais uma daquelas histórias clássicas onde ele sofre muito e com bastante violência. Aqui o poder de cura é levado nos limites mais absurdos. Brian K. Vaughan é um nome bem relevante no mundo dos quadrinhos com títulos como Y: O Último Homem, Saga e Os Fugitivos. Aqui ele toma conta deste roteiro que saiu originalmente numa minissérie chamada Logan que só teve três edições. Os desenhos são do Eduardo Risso que desenhou a icônica série 100 Balas. Saiu pala Panini numa edição única.
Wolverine VS Hulk
Colocar o Hulk para lutar com diversos outros personagens é uma rotina de vários roteiristas. A maior parte dos principais personagens da Marvel já lutou com o Golias de Esmeralda e boa parte dessas histórias são simplesmente pancadaria boba. Mas de forma curiosa Damon Lindelof (roteirista de Lost, Prometheus, Star Trek: Além da Escuridão e da série de The Leftovers) cria uma história baseada na pancadaria desses dois personagens, mas ao mesmo tempo faz diversas homenagens a diferentes períodos dos dois protagonistas. Como essa minissérie se passa no universo Ultimate, ele justamente homenageia histórias clássicas do universo regular. Parte da identidade visual do Hulk do Thor: Ragnarok é muito inspirado nessa história. Também temos a inclusão da personagem She-Hulk na linha Ultimate. Os desenhos são do Lenis Francis Yu que tem um currículo longo na Marvel. Aqui no Brasil ele saiu pela Panini em três partes.
Admito que esses quadrinhos já não sejam tão fáceis de achar e talvez seja necessário dar uma caçada em alguns sebos. Todas valem a sua leitura, sem dúvida alguma, mas é preciso estar no clima para essas histórias com vibes de reconstruir períodos clássicos, mas essas duas edições do Wolverine podem agradar gostos mais contemporâneos.
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