Quando Mulher-Maravilha chegou aos cinemas em seu filme solo tudo era cercado por incertezas. O público não estava 100% preparado para uma produção protagonizada por uma super-heroína dos quadrinhos mesmo com sua empolgante participação em Batman V Superman. No entanto, com o sucesso merecido dessas empreitadas as coisas começaram a mudar um pouco nesse ambiente dominado desde sempre por super-heróis. Foi isso que inspirou a chegada da Capitã Marvel, o retorno da Arlequina e de um certo modo a produção de Viúva Negra. Pensando em todas essas questões, fica agora a reflexão sobre Mulher-Maravilha 1984 e sua estreia esse mês tanto nos cinemas como no streaming no mesmo dia nos EUA. Será um bom momento para o retorno da Amazona?
Ao que tudo indica, se considerarmos os comentários recentes da crítica especializada a continuação dirigida por Patty Jenkins tem tudo para ser um grande sucesso. Inclusive, para aumentar ainda mais a empolgação do público a Warner aproveitou o painel do filme na CCXP Worlds e liberou um teaser inédito. Desse modo, com notícias como essas, o interesse de quem pode ter desanimado por conta da demora provavelmente foi renovado.
Nesse sentido, vale lembrar que senão fosse pela pandemia do coronavirus Mulher-Maravilha 1984 teria estreado em junho. Outro detalhe é que o streaming em que será feito o lançamento simultâneo, o HBO Max, ainda não está disponível no Brasil onde a estreia está marcada para 17 de dezembro nos cinemas. O impacto que isso vai ter em termos comerciais saberemos em breve, mas fica a esperança para que não seja tão grande a ponto de atrapalhar o incentivo e a visibilidade de projetos futuros de modo geral.
A importância desse tópico é grande visto que se fizermos uma breve viagem ao passado, mais precisamente para o ano de 2017, lembraremos que Mulher-Maravilha teve a maior bilheteria entre filmes de origem de super-heróis. Um fato como esse não passou batido, principalmente para o grande chefe do estúdio concorrente Kevin Feige. Deixando de lado qualquer a rivalidade entre Marvel e DC, o executivo comentou que ficou muito feliz com o sucesso do primeiro filme da Amazona. Fica o destaque desse comentário citado no Screen Rant: “O sucesso da Mulher Maravilha é maravilhoso. Isso nos deixa incrivelmente felizes. Finalmente, podemos acabar com a falsidade de que o público não quer ver personagens femininas. Nunca acreditamos que isso fosse verdade. Houve uma série de filmes que não eram muito bons há 10-15 anos que causaram essa reputação. Estou feliz que a Mulher Maravilha tenha explodido isso.”
Essa explosão com certeza reverberou tempos depois e com certeza contribuiu tanto para a chegada como para o sucesso de Capitã Marvel tendo em vista que não era uma personagem tão conhecida no mesmo nível que a super-heroína da DC. E apesar de Arlequina e Aves de Rapina não ter compartilhado das mesmas vitórias de suas antecessoras a personagem de Margot Robbie tem retorno garantido na sequência de Esquadrão Suicida que estreia em 2021. Viúva Negra que também estreia no mesmo ano ainda pode gerar uma boa bilheteria mesmo após os adiamentos.
Todas essas produções têm algo muito importante em comum: mulheres no comando. Em um artigo para o Cinema com Rapadura, a redatora Jacqueline Elise mostra como isso não só é importante como trouxe mudanças significativas para a representação de cada uma dessas personagens no cinema. E isso por sua vez vai impactando outras produções, tantos as direcionadas para o cinema como para a tv e streaming. Em outras palavras, com mais diretoras e roteiristas poderemos enxergar uma indústria mais consciente e atenta nessas questões sobre representatividade.
Por todos esses motivos, não é difícil acreditar que Mulher-Maravilha 1984 pode ser também um grande sucesso e inspirar um futuro cada vez mais vitorioso para as super-heroínas nos cinemas. Mesmo com todas essas dificuldades, elas vencem mostrando que suas histórias estão longe de chegar à um ponto final.
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