Finalmente o filme solo do rei dos mares chegou aos cinemas. E com ele mais uma vez a oportunidade de reformular um super-herói que durante muitos anos foi uma piada na cultura pop. Quem é ele? Quem é esse homem que fala com peixes e já salvou o mundo ao lado dos maiores heróis da Terra? Quais versões em outras mídias ele teve antes de ganhar vida na interpretação bad-ass de Jason Momoa em Liga da Justiça? São exatamente essas perguntas que este artigo tentará responder através lembranças da passagem do Aquaman por animações e séries em live action.
A primeira delas e talvez a mais responsável por torná-lo uma piada nerd foi Superamigos. Com uma versão totalmente amigável e voltada para o público infantil, o herói aquático (quase) sempre aparecia montado em um cavalo-marinho usando seus poderes telepáticos para se comunicar com outras criaturas do mar. Por conta dessa natureza especifica, sua importância na hora de salvar o mundo nem sempre era devidamente reconhecida pelo público. Isso também acontecia provavelmente por ser ofuscado por grandes ícones do heroísmo como Batman, Superman e Mulher-Maravilha. De qualquer forma, aqueles eram outros tempos. Muita coisa ainda seria mudada com o passar dos anos.
Uma prova disso pode ser encontrada em outra série animada: Liga da Justiça Sem Limites. Mesmo sendo considerado um membro ocasional do grupo, ele teve seus momentos para aparecer de forma interessante. Ao contrário do bom moço de Superamigos, este era mais rude e grosseiro além de ser inicialmente uma ameaça para a Liga antes mesmo de se tornar um aliado. Um dado interessante é que nos quadrinhos o Aquaman já havia sido um membro fundador da Liga. Isso é em uma das várias versões e formações do grupo. Em seu lugar, os produtores do desenho optaram por incluir mais uma super-heroína: a Mulher-Gavião.
Ainda no campo das animações, vale a pena citar dois longas inspirados em histórias que contaram com participação dele. O primeiro deles, esse mais curioso é Liga da Justiça: Guerra. Inspirado pela fase dos Novos 52, o filme mostrou uma história de formação da Liga contra um inimigo em comum: Darkseid. O detalhe principal nesse caso é que na animação o Aquaman mais uma vez foi trocado por outro personagem. Dessa vez, pelo Shazam. Apesar da troca não afetar muito a narrativa, fica a sensação de que o personagem precisa lutar muito para não ser diminuído.
Já em Liga da Justiça: O Trono de Atlântida, o erro parece ter sido reparado. O longa segue o mesmo visual e formação de Liga da Justiça: Guerra. Agora, a novidade é justamente o Aquaman protagonizando sua própria aventura solo ao lado do grupo do qual fará parte posteriormente. A história serve como ponto de partida para quem não o conhece nos quadrinhos ou até mesmo em outras mídias.
Em live-action, há que se destacar a versão mais conhecida do público: o Aquaman de Smallville. Interpretado por Alan Ritchson, o personagem surgiu como uma espécie de rival do jovem Superman (ou seria Superboy? rs) para depois se tornar um forte aliado. Entre suas “façanhas” na série, ele integrou uma Liga da Justiça adolescente ao lado de outros heróis e teve um breve caso com Lois Lane. Pouco tempo depois de sua participação, foi cogitada uma produção derivada que graças ao sete mares morreu na praia. Teve apenas um piloto estrelado por outro ator, Justin Hartley, que mais tarde interpretou o Arqueiro Verde em Smallville.
Todos esses casos mostram, de uma forma ou de outra, o que podemos chamar de Azar do Aquaman. Aparentemente, o mar não estava para peixe quando o assunto era adaptar o herói para outras mídias. Felizmente, as coisas começaram a mudar quando Zack Snyder e sua visão sombria e realista permitiram que uma versão mais bad-ass ganhasse vida na interpretação de Jason Momoa. Tudo foi feito gradativamente com o personagem sendo sugerido em Batman V Superman para depois integrar de forma efetiva a primeira formação da Liga da Justiça nos cinemas. Com um estilo porradeiro do melhor estilo brucutu de filmes de ação, conseguimos conhecer um Aquaman interessante e pronto para fazer muito sucesso entre o público.
Agora, fica a esperança que com este primeiro filme solo vejamos o rei dos mares ganhando mais espaço em outras mídias. Assim, quem sabe nunca mais vejamos o Aquaman sofrendo do seu próprio azar e virando comida de peixe no sentido comercial e narrativo. Vida longa ao Rei!
Links relacionados:
- Trailer do piloto da série solo do Aquaman
- Crítica Liga da Justiça (2017)
- Crítica Liga da Justiça: Guerra
- Crítica Liga da Justiça: O Trono de Atlântida
- Crítica Smallville
- Tarjacast 16: Batman V Superman – A Origem da Discórdia
Olhar Literário é uma coluna escrita por Marcus Alencar. Marcus é redator no site Leituraverso e um dos hosts do podcast Leituracast