Chegou a hora do café gelado…
Hoje tirei o dia aqui para falar de romances históricos. “Crônicas Saxônicas”, mais precisamente. Sempre tive o pé atrás em relação a eles devido ao fato de eu ser formado em História. Sabe aquele lance de o romance histórico não ter necessariamente de ser fiel aos fatos históricos?
Mas em um belo dia ensolarado, enquanto eu caminhava pelos becos escuros da Internet, vi aquela que seria a obra que desmontaria todo o meu preconceito e me tornaria um ser humano melhor. Pelo menos, eu prefiro acreditar que sim. O primeiro tijolo da construção de um novo “eu”. Era uma obra de “Bernard Cornwell” intitulada ” O Último Reino”.
Loiros, fortes, sarados, ops…. Quer dizer, vikings, machados, Idade Média, batalhas e paganismo. Essa é uma receita que não tem como dar errado. Não pelo menos nas mãos de um escritor decente.
O dedo coçou e eu comprei compulsivamente, assim como faço com quase tudo que encontro pela net. Procurei pela sinopse logo depois e vi que retratava a história de “Uhtred”, um jovem de 9 anos de “Nortrúmbia” – Norte da Inglaterra – que foi criado pelos vikings após a destruição de seu reino pelos mesmos. “Uhtred” cresceu entre os nórdicos, tomou de seus vinhos, partilhou de suas mulheres e espadas. Logo, identificou-se com eles, com a arte da guerra.
Logicamente, o grande guerreiro é um personagem fictício criado para ser o centro do romance criado por “Cornwell”. A testemunha de todos aqueles acontecimentos históricos. Mas, personagens que existiram foram inseridos na trama. A história é ambientada na baixa Idade Média onde os ingleses travaram uma batalha a fim de recuperar toda a Ilha do domínio dos nórdicos. “Alfredo, O Grande” realmente existiu, e sua linhagem foi a responsável pela resistência inglesa. E, um dos grandes méritos do autor, é focar o lado mais humano dos personagens. Todos são “quebrados”.
Os grandes heróis não são idealizados, mas sim retratados como meros homens. Repletos de virtudes e defeitos. Mas não foi a trama que mais me chamou a atenção.
Mas no caso de “Cornwell” a riqueza de detalhes é tão impressionante que muitas vezes a ficção mistura-se com a realidade a ponto criar dúvidas. O mesmo aconteceu em relação a figura mítica de “Willian Wallace”. Muitos preferem à ficção à realidade. Como por exemplo, a forma como ele descreve uma formação de paredes de escudos. Sensacional, não encontrei em nenhum livro acadêmico.
E hoje me sinto uma pessoa melhor por ter me livrado de um preconceito ingênuo. Na verdade fui até inspirado para fazer algo do tipo.
Um abraço do amigão da vizinhança…
Luiz Nase é host do incrível PaleoCast e fala mais de história por lá…