Essa sequência de textos já chega a sua parte três, somando no total quinze filmes com essa terceira parte da lista. Caso não tenha lido as outras listas é só clicar aqui para a primeira e aqui para a segunda parte. Acredito que nessas outros textos você certamente encontrará um diretor do qual é fã. Agora vamos para as estreias cinematográficas de cinco nomes super importantes que você pode adorar. Lembrando que a regra dessas listas é só colocar filmes que são longas e que foram lançados no cinema.
“Cães de Aluguel”, de Tarantino (1992)
Quentin Tarantino é aquele nome perfeito para você explicar para alguém a importância de um diretor no processo de fazer um filme. Seu estilo altamente autoral atrai aqueles que estão iniciando sua jornada em tentar entender da arte do cinema mais a fundo. Geralmente sempre está na lista de preferidos dos cinéfilos. Seu primeiro filme já entrega tudo que o tornou um grande nome no meio. Diálogos longos e aparentemente inúteis, porém divertidos; violência estilizada e humor negro. O filme é excelente e uma estreia incrível que o colocou no mapa. Dificilmente alguém que é fã dele não viu essa peça e, mesmo sendo primeiro filme, Cães de Aluguel consegue competir pau a pau com seus outros longas mais recentes e com mais orçamento.
“Gatinhas e Gatões”, de John Hughes (1984)
John Hughes ficou famoso pela sua capacidade incrível de definir uma geração em seus roteiros. Seu primeiro filme é um bom exemplo disso, apesar de não ser o seu melhor. Aqui ele coloca Molly Ringwald como sua protagonista e que, posteriormente, viria a trabalhar em vários outros longas com ele. Aqui acompanhamos a história de uma garota que teve o aniversário esquecido pela sua família e está envolvida num triângulo amoroso entre um cara super popular e um nerd. O filme hoje pode parecer bastante ultrapassado em como demonstra o colégio e suas interações sociais, mas tem momentos engraçados. O mais curioso é como Hughes usa pedaços de trilhas sonoras de outros filmes para compor situações. Temos a trilha do Poderoso Chefão, filmes de terror clássicos e até trilhas de seriados de comédia.
“Uma Noite Alucinante”, Sam Raimi (1981)
Um filme de terror trash que conquistou o coração de muitos cinéfilos. Um filme feito com um pequenino e baixo orçamento que quase não sobreviveu ao circuito de festivais Mas os amantes de terror, dentre eles Sthepen King, fizeram campanha para o financiamento de uma continuação, que acabou virando uma trilogia curiosa. Até hoje o diretor é definido como trash, apesar de ter se aventurado em outros estilos. Foi justamente esse histórico que fez diversos fãs de quadrinhos torcerem o nariz quando ele foi colocado para fazer a primeira adaptação de Homem Aranha para o cinema. Uma Noite Alucinante é um ótimo filme para quem curte esse estilo específico de filmes de terror. Outra pérola muito querida para os fãs de cinema.
“Quem Bate a Minha Porta”, de Martin Scorsese (1967)
Talvez um dos maiores cineastas vivos, Martin possui uma bela quantidade de clássicos e obras primas em seu currículo. Esse seu primeiro filme é feito com um orçamento extremamente baixo e conta a história de um casal recém-apaixonado. O filme é incrivelmente esquisito e em alguns momentos muito confuso. Em diversos momentos vemos cenas que não tem o menor propósito de existir e terminamos o filme sem entender muito bem o que vimos. Entretanto, temos alguns elementos nesse filme onde é possível perceber temas que permeiam as obras desse diretor como cristianismo, violência e o machismo. Esse filme em específico é bastante machista a ponto de pensarmos se ele não foi propositalmente escrito para isso. A direção também é bizarra. Cenas que congelam do nada, transições de cena péssimas e confusas e em poucos momentos vemos uma direção realmente boa. Foi preciso mais um filme, Sexy e Marginal, para que ele fizesse seu clássico Taxi Driver.
“Menino Maluquinho 2: A Aventura” , de Fernando Meirelles (1998)
Percebi que em nenhuma das outras duas partes da lista havia um diretor brasileiro. Resolvi arrumar isso com um dos maiores nomes vivos do nosso cinema. O mesmo cara que deu ao mundo (em co-direção com Kátia Lund) o filme Cidade de Deus, começou a sua carreira com uma adaptação de um dos personagens de quadrinhos mais importantes do país. Aqui ele também divide a direção, desta vez com Fabrizia Pinto, que também trabalha no roteiro deste filme. Esse é mais um dos filmes infantis bizarros feitos no Brasil. Nesse plot temos seres vindos do fundo da Terra, liberação de verba da prefeitura para celebração do centenário da cidade e certas cenas super estranhas. As crianças falam como os adultos acham que crianças falam. Coisas como “chega de gozação pessoal, agora vamos viver uma aventura”. Em contrapartida tem menções a crianças fumando. Pela história se passar em Minas, existe uma fixação geral e generalizada por pão de queijo. Não é um filme bom, principalmente pelo roteiro, mas não é nenhuma atrocidade. Faz bastante sentido ele ter caído no esquecimento completo, porque, apesar de ser cheio de boas intenções, é bastante mal executado.
Eu adoro fazer essas pequenas listas, pois me força a ir atrás de filmes que muita gente não se importa. Além do mais, existe uma espécie de exercício de “resgate histórico” da carreira de alguns diretores. Pretendo continuar, pois mesmo estando na parte três ainda existem muitos grandes diretores que não foram contemplados. Quais são os próximos nomes que devem aparecer aqui (que não apareceram em nenhuma das três partes?) Deixe nos comentários que eu procuro a primeira obra de um nome relevante do cinema. E não. Michael Bay não entra na lista. Talvez se você pedir com carinho.