Ela perdeu as palavras soltas e sentenças que tinha formado dentro de sua mente e não as encontrava. Ficava tudo embaralhado e desorganizado. Procurava maneiras de relaxar sua cabeça, mas o fluxo das palavras corria tão depressa dentro dela que às vezes era impossível controlar. Quando acontecia essa rapidez de tantos elementos ocupando sua cabeça num só tempo e em um único espaço, era quando conseguia ouvir o seu silêncio, sobrando somente o vazio. Não restava nada, nem um único substantivo, adjetivo ou pronome para continuar sua história.
É então que o estranho se acomodava dentro do seu interior, pois o seu normal eram dias repleto de frases, verbos, figuras de linguagem e metáforas se inteirando de seus pensamentos e sentimentos. Como conviver com o diferente? Não sabia. Teria que passar por essa fase conturbada de pensamentos travados e a falta da escrita, pois só assim, quando tudo estivesse mais calmo é que ela poderia voltar a sua rotina de antes, que era mais café e escrita constante a todo instante.
Acesse o Telegram do Quarta Parede e receba textos literários variados como esse. Acesse agora! (t.me/quartap4rede)
Publicidade