A história em quadrinhos que matou o primeiro super herói do mundo foi extremamente emblemática por vários motivos. Alguns dizem que a morte “morreu” nesta mídia depois dessa publicação, e que a ideia de matar um herói se tornou uma forma fácil de vender gibis. Também foi simbólico em marcar de forma definitiva a crise dos anos 90, que tornou boa parte das histórias da DC e da Marvel num espetáculo de pancadaria sem sentido, além de ser um dos primeiros casos que desencadeou a bolha do mercado de especulação dos quadrinhos. A ideia de matar o último filho de Krypton foi reutilizada na animação de 2007 e no filme Batman Vs Superman. Agora o conceito retorna em uma nova animação nos moldes atuais da DC.
Clark Kent está vivendo o dilema de contar para sua namorada Lois Lane que ele é o Superman. Enquanto isso Lex parece estar fazendo planos escusos mesmo estando em prisão domiciliar. No meio destes conflitos terrenos um portal se abre próximo da Terra trazendo um meteoro que destrói uma estação espacial e cai no oceano. A criatura que sai de lá mata alguns atlantes, além dos cientistas de Lex que buscavam uma forma pesquisar o meteoro. A criatura vai gerando um rastro de destruição sem igual e derruba toda a Liga da Justiça no processo. Só resta Superman para se colocar frente ao monstro numa batalha pela humanidade.
A vantagem de recontar uma história como essa é a possibilidade de melhora-la, o que é algo muito bem vindo já que A Morte de Superman não é nenhuma unanimidade (além de ser bem simplista), o que facilita o trabalho de adaptação. A principal mudança feita foi situar a trama no universo das animações atuais da DC, que por sua vez se baseiam na cronologia dos Novos 52. Entretanto é perfeitamente possível assistir esse filme de forma separada dos outros longas.
A grande sacada foi chamar o ótimo roteirista Peter Tomasi para escrever o roteiro. Sua forma de escrever os dilemas do Superman na primeira metade da história é tão divertida que dá até pena quando lembramos que o nome do filme que estamos vendo é A Morte do Superman. Os conflitos pessoais do herói são clichês no mundo dos quadrinhos, mas sempre instigantes. Havia tempo que eu não via uma adaptação que realmente entendia o personagem como essa, e não só ele como todo o universo de personagens à sua volta. Os fãs do Azulão ficarão bem felizes em ver certos resgates e homenagens à mitologia do herói.
A qualidade técnica da animação continua a mesma das anteriores, o que continua sendo algo ruim com um visual bem questionável e movimentos duros e mecânicos. Mesmo assim algumas cenas de ação são bem satisfatórias. Certamente essa é uma das melhores produções das animações da DC nos últimos anos, o que infelizmente não se tornou uma tarefa difícil com algumas bombas que vieram sendo feitas recentemente.
O filme termina com um obvio gancho para o retorno do Superman e deixa diversos elementos engatilhados para a próxima parte, que se contar com um roteiro tão bacana quanto esse poderá ser uma animação bem memorável, já que a saga do Retorno do Superman também possui uma qualidade questionável (o que dá muito liberdade para modifica-la também).
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