Tijolômetro – A Vida de Chuck (2024)

Trazer a obra de Stephen King para as telonas pode ser uma tarefa complicada, mas nas mãos certas o resultado pode superar as expectativas. Nesse quesito, Mike Flanagan se mostra o diretor e roteirista certo para conduzir A Vida de Chuck sem perder a profundidade e o tom reflexivo do conto original. Por isso, antes mesmo de estrear oficialmente nos cinemas, o filme já conquistou o público com o Prêmio Popular no Festival de Toronto.
Seguindo uma narrativa não linear, o longa nos mostra três fases da vida de Charles Krantz (Tom Hiddleston), conhecido como Chuck pelos mais próximos. Desde cedo, ele precisa aprender a lidar com perdas e conquistas e seguir adiante conforme suas escolhas.
É difícil categorizar A Vida de Chuck em um único gênero cinematográfico, já que o roteiro transita livremente pela ficção científica com toques de drama, se encaminhando para o suspense com ares de terror e até faz uma parada para flertar com o musical. A princípio pode parecer uma combinação estranha, contudo esses elementos se encaixam para dar sentido ao conjunto completo.
Inclusive, essa é uma das melhores adaptações de um trabalho de Stephen King. Isso se deve não apenas à fidelidade ao material original, mas também à habilidade de Flanagan para inserir pequenos detalhes que fazem conexões entre os três atos que compõem a produção. Seja um diálogo, uma narração em off ou até um personagem aleatório, tudo se combina para melhorar a experiência de assistir ao filme.
Em diferentes momentos, mesmo nos mais sombrios, percebemos a mensagem otimista do filme: celebrar a vida, por mais que ela tenha altos e baixos. Nesse processo, encontramos nosso lugar no Universo e criamos nosso próprio mundo particular que contém multidões.
Curiosamente, Tom Hiddleston é um dos que tem menos tempo de tela apesar de protagonizar A Vida de Chuck. Ainda assim, ele oferece uma performance marcante, especialmente no inusitado número de dança no segundo ato. Porém, quem rouba a cena é Mark Hamill interpretando o avô de Chuck com uma atuação digna de ser lembrada durante as premiações.
Talvez seja cedo para especulações, mas não seria surpresa se o longa surgisse entre os concorrentes ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante com Hamill. Menos surpreendente ainda seria uma indicação a Melhor Roteiro Adaptado e, quem sabe, uma vaga na disputa por Melhor Montagem.
Além de uma ótima adaptação, A Vida de Chuck também é uma amostra da complexidade da Sétima Arte. Transitando por diversos gêneros para compor uma história ao mesmo tempo simples e grandiosa, vemos como até mesmo a vida ordinária de um homem pode ser rica em muitos aspectos.
Assista ao trailer:
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