Tijolômetro – Assassino por Acaso (2024):
Assassino por Acaso é uma grata surpresa em quase todos os sentidos. Na verdade, esse comentário é um alerta sobre o longa que entrega um entretenimento eficiente em vários aspectos, mas que perde força quando introduz conceitos filosóficos que não são devidamente desenvolvidos.
Baseada em uma história real publicada na revista Texas Monthly em 2001, a trama apresenta Gary Johnson (Glen Powell), um homem sempre disposto a eliminar alguém pelo preço certo. Na verdade, ele presta um serviço único para a polícia: fingir ser um matador de aluguel para que os contratantes possam ser presos e julgados pela lei. Tudo muda quando se apaixona por Madison Figueroa (Adria Arjona), que o contrata para matar seu marido abusivo. Desse momento em diante, ele flerta com a possibilidade de se tornar um criminoso.
Em Assassino por Acaso, o que preenche quase duas horas de duração é ao mesmo tempo, divertido e criativo. Glen Powell está muito confortável no papel-título e isso fica nítido na forma como interage com os clientes através de suas diferentes personas, o que também revela um olhar perspicaz em relação a como ele enxerga esse trabalho como oportunidade de observar o comportamento humano.
Nesse aspecto, outro ponto positivo ocorre com a entrada de Madison na história. Ela se transforma de esposa subjugada para um tipo de femme fatale do cinema noir e isso cria um contraste, já que é possível perceber alguns momentos de comédia romântica presentes no filme, o que favorece o enredo tendo em vista a excelente química da atriz com o ator principal.
Por outro lado, um defeito notável aparece quando lembramos de uma característica importante do protagonista que fica de lado: o fato dele lecionar psicologia e filosofia em uma universidade. Em suas aulas, Gary fala sobre temas como autoconhecimento e papéis sociais, o que não por acaso (ba dum tuss) casa muito bem com o que ele está passando em seu outro trabalho. No entanto, o roteiro ignora essas áreas de conhecimentos das ciências humanas em momentos importantes e isso enfraquece a narrativa.
Com um elenco bem entrosado em uma história de muitos acertos e poucos erros, Assassino por Acaso funciona muito como escapismo cinematográfico. Mais do que isso, mostra que consegue encontrar sua própria identidade apesar de se perder um pouco no caminho.
Assista ao trailer de Assassino por Acaso:
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