Tijolômetro – Bom Menino (2025)

Esse é o ano dos doguinhos! Depois de Caramelo emocionar o público, chegou a vez de outro protagonista de quatro patas roubar a cena. Em Bom Menino, temos o típico filme de terror de casa mal-assombrada, porém com o diferencial de ser contado através dos olhos de um simpático — e muito talentoso — cachorro.
Ao passar por problemas de saúde, Toddy (Shane Jensen) se muda com seu cão, Indy, para uma casa de campo. Chegando lá, o animal começa a sentir a presença de forças malignas que assombram o local. Agora, ele fará o que estiver ao seu alcance para proteger o tutor.
Filmes sobre casas habitadas por espíritos não são novidade no cinema. O que destaca uma produção das demais é a abordagem escolhida. Em Presença (2024), Steven Soderbergh inovou ao contar a história sob a ótica da própria entidade sobrenatural. Agora, Bom Menino se sobressai por narrar algo semelhante através da perspectiva de um cachorro. Mesmo com as limitações naturais desse ponto de vista, os espectadores conseguem acompanhar a linha de raciocínio do protagonista sem a necessidade de diálogos explicativos ou narrações em off.
Para auxiliar na imersão, o diretor Ben Leonberg escolheu ângulos de câmera inusitados, reproduzindo a linha de visão do cão. Desse modo, os rostos dos personagens humanos raramente aparecem com clareza, destacando as expressões e reações do animal aliadas a uma trilha sonora sombria. O resultado é um aumento de tensão durante as cenas de suspense, tornando-as mais assustadoras, especialmente no início da projeção.
Como não poderia ser diferente, Indy atrai todos os holofotes para si, tanto que os produtores lançaram uma campanha divertida para o cachorro concorrer ao Oscar de Melhor Ator em 2026. Sendo uma brincadeira ou não, é inegável que ele realmente consegue transparecer uma gama de emoções convincentes, desde tristeza, curiosidade, raiva, até medo. E apesar de ser um filme curto — com apenas 1h13min —, levou três anos para ser finalizado devido ao treinamento de Indy, cujo tutor é o próprio Leonberg.
No entanto, o longa sofre com alguns problemas pontuais. O primeiro deles é a dinâmica entre o protagonista e as entidades que se torna repetitiva e perde impacto aos poucos. A maioria das cenas começa do mesmo modo: um vulto, uma aproximação e a iminência de um ataque. O segundo obstáculo é a falta de explicação sobre a origem desses eventos paranormais e qual a extensão deles. É difícil determinar o local de ação desses espíritos e o que os impulsiona.
Ainda assim, Bom Menino é um dos destaques de 2025 não apenas pelo carisma do astro principal, mas também por saber contar uma história já conhecida sob um olhar peculiar que faz toda a diferença. Para quem gosta de tomar sustos, porém não abre mão da fofura dos bichinhos, esse filme reúne o melhor de dois mundos.
Assista ao trailer:
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