Chamas da Vingança é uma nova adaptação do clássico livro dos anos 80 escrito por Stephen King, A Incendiária. A primeira adaptação para os cinemas aconteceu em 1984. Este novo longa, lançado em maio de 2022, é uma espécie de atualização à história, porém desenvolve a trama como se acompanhassemos uma família de mutantes com pouco peso dramático e um roteiro previsível.
Andy (Zac Efron) e Vicky (Sydney Lemmon) se conheceram durante a faculdade, onde sofreram experimentos desenvolvendo poderes especiais. Eles tem uma filha chamada Charlie (Ryan Kiera Armstrong) que nasceu com o superpoder de causar incêndios usando a força da mente. Porém, é fácil a situação sair do controle para uma garotinha em crescimento. Quando seu poder é descoberto, uma organização começa a perseguir a menina para estudá-la. Agora Andy e Vicky precisarão fugir com Charlie para proteger a filha do pior.
O filme é dirigido por Keith Thomas, que tem um currículo ainda pequeno como diretor e aqui em Chamas da Vingança faz um trabalho simples, de cumprir contrato. O roteiro ficou a cargo de Scott Teems que também tem em seu currículo poucos filmes notáveis, sendo o maior deles o Halloween Kills. Teems tinha uma missão um pouco complicada de tentar fazer uma releitura tanto do livro quanto da adaptação anterior, mas parece que ele optou por fazer o mais simples e fez um roteiro totalmente telegrafado, previsível e com alguns furos.
O que mais desperta curiosidade no filme é como Charlie iria controlar seus poderes e o que eram as experiências da agência misteriosa no passado. O filme além de passar por supetão pela aprendizagem da menina sobre seus poderes, faz-nos supor que teríamos algum desenrolar interessante sobre a agência, já que Kurtwood Smith interpreta um antigo cientista arrependido, cenas de flashbacks rápidas, entre outros sinais. Porém o filme se esquece de desenvolver um conteúdo dramático não só neste âmbito, como também no que se refere ao drama familiar de serem caçados e ter uma morte traumática de um membro da família.
E um outro ponto muito discutível no longa é a própria vingança, que dá título à obra em português, já que Charlie, ao final, procura subterfúgio em quem ela teria mais motivos para se vingar. Inclusive isso traz à luz a mudança de atitude de Rainbird (Michael Greyeyes), que ficou um tanto forçada e mal encaixada na trama do filme. Temos algumas cenas gores, bem poucas, e uma sequência de ação interessante já no final. Mas já era muito tarde para salvar o filme.
Por fim, Chamas da Vingança não faz jus nem ao livro original nem à primeira adaptação em filme, que consegue sustentar um tom de suspense por mais tempo. Com tantos clichês o filme fica previsível, parecendo um episódio semanal de uma série qualquer de mutantes ou de outros seres com poderes.
Chamas da Vingança
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Nota