Tijolômetro – Comando das Criaturas
Primeira animação do DCU, o novo Universo DC, Comando das Criaturas (Creature Commandos) inaugura o Capítulo Um: Deuses e Monstros de James Gunn com personalidade. A produção combina uma trilha sonora marcante, violência estilizada, humor ácido e personagens pouco conhecidos do grande público — elementos que carregam a marca registrada do cineasta em adaptações de quadrinhos. Apesar de seu grande apelo como entretenimento, a temporada inicial apresenta algumas falhas que não passam despercebidas.
Amanda Waller (Viola Davis) retorna à ativa para formar um novo grupo de operações especiais, composto por super-humanos e criaturas singulares. A equipe inclui Noiva do Frankenstein (Indira Varma), Doninha, Rick Flag Sr. (Frank Grillo), Nina Mazursky (Zoë Chao), Doctor Phosphorus (Alan Tudyk) e G.I. Robot (Sean Gunn). Com habilidades letais, esse esquadrão realiza missões secretas de altíssimo risco. A primeira delas envolve proteger Ilana Rostov (Maria Bakalova), princesa da nação fictícia do Leste Europeu conhecida como Pokolistan.
Comando das Criaturas acerta ao oferecer um conteúdo que funciona de forma independente dentro do novo universo cinematográfico da DC. Embora faça referências a eventos de O Esquadrão Suicida, a animação não exige que o espectador tenha assistido ao filme para compreender sua trama. Este é um dos maiores méritos da produção, que a diferencia de erros comuns do MCU, por exemplo.
Outro ponto de destaque é a forma como o mundo da série integra meta-humanos, monstros e vigilantes à sociedade de maneira natural. Essa abordagem ganha profundidade ao ligar essas figuras extraordinárias a eventos históricos marcantes, como a Segunda Guerra Mundial e a Grande Depressão, enriquecendo o contexto narrativo e ampliando a imersão do público.
No entanto, mesmo com seus acertos, Comando das Criaturas não está isento de falhas. A mais evidente é o uso desordenado de flashbacks, que compromete a fluidez da narrativa. Com episódios que variam entre 21 a 25 minutos, grande parte do tempo é gasta explorando a história de origem dos personagens, prejudicando o desenvolvimento da trama principal. Embora esse recurso seja válido em alguns momentos, ele se torna rapidamente cansativo. Outro problema é a divisão de atenção entre os flashbacks e a história central. Em várias situações, as narrativas do passado são mais envolventes do que os acontecimentos presentes, o que enfraquece o impacto geral da série.
Por último, alguns personagens merecem um comentário especial por sua utilização abaixo das expectativas neste primeiro ano da animação. Conhecida como uma das vilãs mais poderosas da Mulher-Maravilha, a feiticeira Circe (Anya Chalotra) é retratada de maneira muito aquém de sua versão nos quadrinhos, algo que pode decepcionar os fãs. Já Eric Frankenstein (David Harbour) , embora tenha mais tempo de tela, acaba se tornando mais um alívio cômico do que uma presença relevante na trama.
Fica a expectativa de que esses personagens recebam um tratamento mais digno em futuras produções. Vale lembrar que James Gunn afirmou que os atores responsáveis pelas vozes originais da animação também estarão presentes em live action, caso seus personagens apareçam em algum filme ou série.
Apesar desses deslizes, Comando das Criaturas se mostra tão divertido quanto outros projetos de James Gunn com personagens da DC. Embora não seja seu trabalho mais brilhante, está longe de ser algo decepcionante ou inferior às produções concorrentes atuais. Isso já cria expectativas positivas para o próximo e aguardado projeto de Gunn: Superman.
Assista ao trailer de Comando das Criaturas:
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