Tijolômetro – Joy para o Mundo

Joy para o Mundo não é inovador e inesquecível, mas nem por isso deixa de ser bom. Essa afirmação resume bem o especial natalino que marca o retorno de Steven Moffat, ex-showrunner da série, ao cargo de roteirista. Na trama, o Doutor (Ncuti Gatwa), hospedado no Hotel Tempo, persegue uma maleta misteriosa que troca de dono constantemente. As coisas mudam quando ele cruza o caminho de Joy (Nicola Coughlan), a última a entrar em posse do objeto, que está na mira de uma grande ameaça durante o período do Natal.

Com leveza, a história brinca com situações inusitadas geradas por essa premissa, o que funciona muito bem para prender a atenção do público. O interesse aumenta quando conhecemos as peculiaridades do Hotel, como suas portas para diferentes lugares e épocas, além do inevitável encontro entre Joy e o Doutor. Nesse contexto, chama a atenção a participação de Anita Benn, uma personagem carismática que apresenta reações apáticas em momentos que pediriam maior envolvimento emocional — o que pode causar certa estranheza. Por outro lado, destaca-se o trunfo do roteiro ao lidar com o tempo, fazendo conexões com o passado da série, como em Boom (S1E3), por exemplo. Além disso, o especial apresenta um enredo sensível e tocante ao integrar à história elementos da pandemia de coronavírus, revelando como esse período moldou a trajetória de Joy e sua relação com o Natal. Por último, fica um comentário sobre a resolução da trama que, por sua vez, cita um importante momento histórico.

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