No começo de 2019, finalmente decidi ler a saga de livros escrita por J. K. Rowling sobre um dos bruxos mais famosos da literatura mundial. Agora, após uma emocionante jornada, é com um misto de alegria e tristeza que eu chego ao esperado desfecho com Harry Potter e As Relíquias da Morte.
Depois que o Lorde das Trevas assume o poder, a única esperança de Harry para enfraquecê-lo e derrotá-lo é destruir as Horcruxes. Então, o jovem bruxo parte junto com seus amigos, Rony e Hermione, em uma missão secreta para encontrar esses objetos misteriosos. Durante a procura, o trio toma conhecimento das Relíquias da Morte, artefatos mágicos essenciais para a batalha. Contudo, as orientações vagas que Dumbledore deixou para Potter fazem com que ele duvide de seu mentor e de sua própria capacidade para concluir a tarefa.
Não sei se é por ser o último livro, mas desde o início da leitura senti uma atmosfera nostálgica em volta dos acontecimentos. Isso se confirma com o resgate que a J. K. faz de muitos elementos e personagens dos primeiros volumes, quando os protagonistas eram apenas crianças. E ao mesmo tempo em que bate essa nostalgia, vem também um sentimento de urgência, pois não há mais a possibilidade de erros. Tanto Harry quanto seus companheiros já são maiores de idade e carregam um fardo enorme nas costas; e falhar nesse momento pode custar-lhes a própria vida e a de muitos outros. Assim, fica essa mistura de saudade com tensão a todo o instante.
Enquanto lia a saga pude perceber que, a cada nova aventura, os personagens iam amadurecendo e evoluindo. E essa característica é um dos principais fatores para o sucesso da franquia, tanto nos livros quanto no cinema. Em Harry Potter e As Relíquias da Morte, essa evolução fica mais evidente quando observamos a postura de algumas figuras. Sem dúvidas, Rony apresenta um desenvolvimento incrível: de um menino bobão e sem muitos talentos, ele muda para uma pessoa que assume responsabilidades, mas sem perder seu senso de humor sarcástico; Hermione já era madura e inteligente e agora aprende a aceitar coisas que antes eram inconcebíveis para ela. Entretanto, a grande surpresa fica a cargo de Neville Longbottom. O rapaz surpreende pela sua perspicácia e pela importância que adquire.
Algo que acrescenta muito à obra são as revelações a respeito de Dumbledore, funcionando como uma subtrama complementar à narrativa principal. O passado do poderoso bruxo é revelado e vemos que ele também cometia erros. Para mim, isso humanizou tanto o personagem que nunca simpatizei com ele tanto quanto nesse livro. Sem contar que a história do diretor despertou minha curiosidade a respeito da série de filmes Animais Fantásticos.
Já as batalhas são as mais grandiosas e empolgantes até então, de modo que este é o volume com mais ação e, consequentemente, mais mortes. Infelizmente, há baixas para os dois lados. Entre a turma do bem todas são muito tristes, mesmo que narradas de forma gentil (o King deveria aprender um pouco com a J. K. nesse ponto). Algumas eu fiquei me perguntando se foram realmente necessárias ou se a autora apenas se divertiu matando tanta gente.
Por fim, no melhor estilo Robert Galbraith mantendo o suspense até os capítulos finais, uma última informação é dada. A verdade revelada emociona e também influencia diretamente o desfecho, encerrando a jornada da melhor maneira possível.
Resumindo, nesses últimos meses eu mergulhei de cabeça no mundo mágico de Harry Potter até chegar às Relíquias da Morte. Venci meus preconceitos e apreciei a trama do começo ao fim. A Pedra Filosofal, o início de tudo, deixou de ser “o livro que não consegui ler” para se tornar realmente uma leitura marcante ao me introduzir nesse universo mágico, no qual finalmente fui recompensado com essa conclusão.
Adicione este livro à sua estante!
Conheça o restante da saga Harry Potter
Conteúdo relacionado:
- Conheça os livros de Robert Galbraith, pseudônimo de J. K. Rowling
- Ouça o Leituracast 21: leituras marcantes
- Leia mais sobre Stephen King