Existe uma fórmula de filme que vem voltando à popularidade nos últimos anos é o “grupo de jovens de uma cidade pequena enfrentando problemas assustadores”. Stranger Things e It talvez seja o maior catalisador desse retorno que teve seu início com Conta Comigo e Goonies. Agora, além dos já citados, temos longas como Verão de 84 e adaptações da série de livros Goosebumps. Todos eles giram em torno deste subtema com variações de quão tensas são as aventuras e o quão mergulham no sobrenatural. Agora temos mais um exemplo para esse clube tão específico, Histórias Assustadoras Para Contar No Escuro.
No ano de 1968 um grupo de jovens acaba achando um livro escrito com sangue numa casa abandonada de uma pequena cidade americana. Logo eles percebem que as histórias do livro se escrevem sozinhas e que de certa forma se tornam reais podem ter desfechos mortais.
Esse é um filme muito interessante apesar de ter uma série de defeitos. Ele parece ser um filme superclichê e de fato ele é, mas de tempos em tempos existem momentos realmente assustadores e originais. Para começar, o grupo que forma o centro da história é superprevisível. Temos o engraçado, o medroso, a menina nerd e adorável, o galã misterioso e até mesmo os complementos como a irmã mais velha e patricinha e o pai retrógado e fechado. A maioria deles tem um desenvolvimento bastante raso com exceção da protagonista que é incrivelmente interpretada por Zoe Margaret Colletti, que no terceiro ato realmente mostra um grande talento.
O terror do filme é curioso. Na sua primeira metade ele é segue a cartilha clássica. Todos os acontecimentos são telegrafados e os momentos de tensão são pouco inspirados. A história se apoia bastante na construção de diferentes perigos que surgem do livro assombrado. Os que são apresentados no início do filme são fracos, talvez por uma direção pouco inspirada na maior parte do longa.
André Øvredal assina a direção desse longa. Ele já possui seis trabalhos lançados. Mesmo que esse não seja seu melhor trabalho ele possui dois bons filmes relativamente desconhecidos que são O Caçador de Troll e A Autópsia. O que realmente segura esse filme é o seu roteiro que possui seis nomes envolvidos, dentre eles o Guillermo del Toro.
Na primeira metade temos um típico clichê, mas conforme o filme “vai tomando coragem” para ser realmente assustadora, a coisa muda de figura. Existem criaturas realmente impactantes que ficarão na sua memória e terrores mais reais que não são esperados. Mas de modo geral o que permeia todo o longa é o básico e o esperado, mas mesmo assim é divertido e entretém do início ao fim.
O filme teria sido bem mais interessante se tivesse se libertado de suas amarras, mas consegue manter um bom equilibro para ser “um terror que você pode assistir com seus pais” ou até mesmo para pessoas que tem medo de ver filmes de terror realmente macabros. Para quem gosta dos títulos citados no primeiro parágrafo acredito que realmente vale a pena conferir essa obra despretensiosa.