Em 2022, o cinema já está marcado pelas sequências de filmes clássicos das décadas de 1980 e 90. Depois do recente sucesso de Top Gun: Maverick, estreia nas telonas Jurassic World: Domínio, terceiro e último filme da nova trilogia. E mesmo sendo continuação da produção de 2018, a obra faz um apanhado de toda a franquia, resgatando não só elementos nostálgicos como também o elenco principal de Jurassic Park (1993).
A trama se passa quatro anos após a destruição da ilha Nublar em Jurassic World: Reino Ameaçado (2018). Agora os dinossauros estão à solta na natureza, convivendo com outros animais e seres humanos. Porém, há aqueles que acreditam que coexistir com essas criaturas pré-históricas pode ser um risco para a humanidade. Nesse contexto, reencontramos Clair (Bryce Dallas Howard) e Owen (Chris Pratt) tentando levar uma vida isolada como pais de Maisie (Isabella Sermon). Mas quando os problemas retornam, eles precisam contar com a ajuda inesperada dos veteranos Ellie Sattler (Laura Dern), Alan Grant (Sam Neill) e Ian Malcom (Jeff Goldblum).
Para variar um pouco, vamos começar falando logo de início sobre os problemas de Jurassic World: Domínio antes de comentar o que faz a produção valer a pena. O primeiro ponto negativo está na falta de ambição do roteiro. Nos filmes anteriores, o perigo dos dinossauros encontrava-se em um único lugar, seja na ilha ou no parque onde eles viviam. Agora que essa ameaça em potencial se espalhou por todo o mundo, a decisão de concentrar grande parte da ação novamente em um espaço limitado se mostrou repetitiva. Apenas uma sequência – uma das melhores, por sinal – mostra a fúria desses animais em uma perseguição pela cidade.
Depois vêm as conveniências e clichês aos quais a obra recorre. Um dos mais evidentes é a forma como a personagem Kayla Watts (DeWanda Wise) entra para o time de protagonistas. Sua motivação para tomar partido nos problemas é fraca e pouco convincente, por mais que ela seja um acréscimo de valor para a equipe. Em segundo lugar está a solução que encontram para unir os dois núcleos principais, que por sinal demora a acontecer. A maneira como Clair e Owen se juntam com o trio veterano é, no mínimo, cômica devido às circunstâncias do momento.
Superados esses problemas, chegam as partes boas que fazem da franquia o sucesso que é. Repetitivo ou não, ainda é bom ver humanos fugindo e tentando sobreviver aos ataques dos dinossauros. As cenas de ação e aventura são ágeis e mantêm aquele mesmo suspense que vemos nos filmes anteriores. Aliado a isso, temos o encontro das duas gerações de protagonistas das trilogias. Assistir Owen e Alan trabalhando juntos ou então Clair e Ellie mostrando que também são duronas é muito divertido. Sem contar as tiradas de humor de Ian, cujos diálogos são os melhores e mais engraçados.
A narrativa da película gira em torno do papel da humanidade no mundo e sobre o que fazemos ao planeta, seja de bom ou ruim. Se não fôssemos mais os seres dominantes, qual seria nosso lugar na natureza? Essa questão sobre equilíbrio natural fica em aberto e vai bem além da ficção, pois mesmo agora na vida real, onde os dinossauros continuam extintos, fica a pergunta: qual é nosso lugar?
Jurassic World: Domínio poderia ter ousado muito mais do que de fato o fez para a conclusão da saga. Mas graças ao poder da nostalgia, ainda consegue divertir e entreter tanto os novos espectadores quanto os fãs mais antigos da franquia que cresceram assistindo e sonhando com o Parque dos Dinossauros e sobre como seria coexistir com essas criaturas tão fascinantes.
Assista ao trailer:
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Jurassic World: Domínio
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