Tijolômetro – Jurassic World: Recomeço (2025)

A franquia Jurassic tem um lugar especial no coração dos amantes da Sétima Arte. A prova disso é que desde 1993, após duas trilogias, os dinossauros continuam atraindo (e arrecadando) o público para o cinema mesmo que alguns dos filmes anteriores não tenham sido tão bem recebidos. Jurassic World: Recomeço retorna a esse universo com a promessa de dar uma nova direção à história, porém o apego ao passado traz consigo não apenas os mesmos acertos, mas também os mesmos erros da saga.
Depois dos acontecimentos de Jurassic World: Domínio, descobrimos que boa parte dos dinossauros não conseguiu se adaptar às mudanças climáticas do planeta e pereceu. Aqueles que sobreviveram encontram-se em áreas isoladas e proibidas aos humanos. Nesse contexto, uma equipe de mercenários composta por Zora (Scarlett Johansson), Duncan (Mahershala Ali) e o Dr. Henry (Jonathan Bailey) partem em busca do DNA das três maiores criaturas — do mar, da terra e do ar — na esperança de criar um medicamento que irá salvar a vida de milhões de pessoas.
A premissa de que as alterações no clima impossibilitam os dinossauros de sobreviverem na Terra hoje em dia (e a consequente indiferença da humanidade com relação a isso) poderia indicar um verdadeiro recomeço na abordagem da franquia, como o título do longa sugere. Contudo, as discussões, críticas e paralelos que essa ideia poderia gerar perdem força logo no início. Daí em diante, o filme reforça sua narrativa com referências nostálgicas ao Jurassic Park de 1993 e com cenas do livro homônimo que não foram adaptadas por Spielberg.
Até certo ponto isso funciona para entreter os espectadores já que ver os dinossauros em tela interagindo de várias maneiras com seres humanos ainda causa certo fascínio. As cenas de ação — por mais que sejam poucas e menos audaciosas se comparadas aos filmes anteriores — são divertidas, especialmente as que se passam no mar ou no rio.
Em contrapartida, Jurassic World: Recomeço passa a impressão de que tem receio de matar seus personagens centrais, optando por sacrificar o elenco secundário e os figurantes. O resultado, além da previsibilidade que isso causa, é a falta de impacto emocional e empatia pelos protagonistas.
Além dessa escolha questionável, a decisão de criar dois núcleos com objetivos distintos quebra o ritmo do longa. De um lado, temos o grupo principal determinado a completar a missão de coleta das amostras; do outro, contudo, está uma família dispensável para a trama que foi introduzida de forma casual para trazer alívio cômico e certa dose de drama que não funciona. E apesar do desfecho conclusivo, não há nenhum indicativo do que as possíveis sequências poderão tratar.
No balanço final, Jurassic World: Recomeço aposta no fascínio que o público ainda tem pela franquia e entrega momentos que funcionam e divertem. No entanto, a persistente dificuldade de largar aquilo que deu certo e gerou lucros no passado engessa o roteiro e limita a produção a oferecer apenas o básico e não explorar outras abordagens para esse universo cheio de possibilidades.
Assista ao trailer:
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