O longa de animação Lanterna Verde: Tema Meu Poder tem como objetivo contar uma história de origem para o personagem John Stewart. Os fãs da animação da Liga da Justiça, que passou por anos no Brasil, vão lembrar-se dele como portador do anel de Lanterna Verde. Neste longa eles reintroduzem o personagem no novo universo de animações que a Warner vem produzindo desde Superman: O Homem do Amanhã (2020).
Após voltar da guerra do Afeganistão, John Stewart sofre com os efeitos traumáticos do que ele vivenciou. De volta aos EUA, ele acaba se deparando com uma nave alienígena que cai em sua frente. Lá de dentro, um alienígena azul lhe entrega o anel, antes de morrer. Em posse dessa arma poderosa ele entra em contato com a Liga da Justiça para entender o que está acontecendo. Com a ajuda do Arqueiro Verde, eles iniciam uma viagem pelo universo para descobrir porque John Stewart recebeu o anel.
A direção é comandada por Jeff Wamester, que já dirigiu alguns episódios da animação dos Guardiões da Galáxia, e outro longa animado da DC, Sociedade da Justiça: 2ª Guerra Mundial que também está dentro da mesma continuidade que esse filme do Lanterna Verde. Os dois roteiristas são John Semper e Ernie Altbacker. O primeiro já roteirizou episódios da série animada do Homem Aranha (dos anos 90) e de Super Choque. O segundo tem uma longa lista de roteiros de animações em seu currículo, várias do universo animado anterior da DC, e uma série animada do próprio Lanterna Verde.
O que é mais curioso nesse filme é que ele possuiu bastantes personagens. Além do já citado Arqueiro Verde, temos Mulher Gavião que aparece no próprio pôster. Existem outros que eu poderia citar, como as aparições rápidas de outros membros da Liga, mas acho que isso poderia tirar algumas surpresas daqueles que vão assistir.
Achei interessante que a trama geral acaba sendo um pouco mais adulta. O tema da guerra e suas consequências é um fio que conecta as ações e personagens. Muita coisa acontece e existe bastante ação. A animação é suficientemente competente em colocá-la na tela. Mas o mais incomum é o quanto essa animação pode ter alguns momentos mais violentos do que estamos acostumados nesses lançamentos diretos para vídeo da Warner. Parando para pensar faz sentido levando em conta os temas abordados.
Entretanto, a mensagem geral fica um tanto difusa e às vezes até mesmo contraditória. No terceiro ato temos algumas reviravoltas e uso de conceitos de uma história particularmente famosa da mitologia do Lanterna Verde. Nesse ponto a história parece bem mais fraca, como se tentasse condensar muita coisa em um espaço de tempo muito curto. Outro problema, apesar de não ser muito grave, é que o núcleo principal de personagens constantemente conversa uns com os outros de maneira muito ríspida. Num primeiro momento isso faz total sentido dentro do contexto da trama, mas lá pelas tantas começa a ficar cansativo.
Mas de modo geral o filme diverte e prende atenção para descobrirmos os mistérios que os personagens buscam. John Stewart é um protagonista cativante em sua maneira e é fácil sentir simpatia por ele. Os demais heróis que o acompanham na aventura são interessantes também, apesar de acabarem batendo muito nas mesmas notas. É bom ver esse departamento de animações da Warner criando longas que não se focam em Batman e Superman. O universo DC é muito grande e fascinante para só focar nesses dois personagens. Além disso, essas animações podem servir de trampolim, ou área de teste, para futuros filmes live action.
Lanterna Verde: Tema Meu Poder
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Nota