A Pixar é conhecida por suas produções visualmente bonitas, com histórias envolventes e emocionantes. Por isso, não é surpresa que Lightyear, filme que conta a origem de um dos protagonistas de Toy Story, siga pelo mesmo caminho. Ainda assim, impressiona como uma única obra consegue reunir aventura espacial, diversão e drama no mesmo lugar de forma equilibrada.
Buzz Lightyear é um Patrulheiro Espacial realizando uma missão de reconhecimento em um planeta estranho. Depois que sua nave sofre uma avaria, ele e toda a tripulação são obrigados a viver nesse planeta até que encontrem uma forma de voltar para casa. Enquanto Buzz está empenhado em tirar todos dali, o cenário a sua volta vai mudando e as coisas saem de controle quando Zurg e seu exército de robôs sitiam a colônia de humanos.
Quem acompanha Toy Story desde a infância vai sentir aquela pontada de nostalgia ao ver Buzz em cena, mas quem está entrando em contato com a franquia pela primeira vez não precisa se preocupar em assistir aos filmes anteriores para compreender Lightyear. A única ligação entre eles é que o novo filme conta a história do personagem que originou o brinquedo que Andy ganhou na produção de 1995.
Agora podemos conhecer melhor a personalidade do Buzz humano. Apesar de disciplinado e preocupado com seus companheiros, o patrulheiro chega a ser obcecado em cumprir a missão que lhe foi designada, nem que para isso tenha que abrir mão de sua vida pessoal e das amizades a sua volta. Coincidentemente ou não, ele tem o mesmo jeito arrogante de Maverick em Top Gun e isso é um ponto que vai sendo explorado no desenvolvimento do longa.
Parte dessa arrogância e determinação é o que movimenta a carga dramática do filme, que por sinal é muito tocante e profunda, bem ao estilo Pixar. Mas nem por isso, a obra fica com uma atmosfera pesada. Para contrabalancear o drama, o humor vem na hora certa e de maneira natural através de personagens carismáticos, cada um com a sua particularidade e importância para o roteiro. Além disso, a representatividade que eles desempenham é criada com muito cuidado para ser espontânea e cotidiana, tal qual deveria ser na nossa sociedade.
Porém, se o assunto for discutir quem é o melhor personagem, esse posto vai para Sox. O gatinho robô inicialmente parece apenas mais uma forma de criar situações cômicas, mas ele se mostra um recurso inteligente dos roteiristas para desenrolar a trama, além de ter um carisma inigualável graças ao seu jeito fofo de robô felino.
Antes do lançamento, o filme já vinha dando o que falar no Brasil devido à dublagem nacional. Quem dava voz ao Buzz brinquedo era Guilherme Briggs (dublador do Superman). Contudo, para dublar o personagem humano, o escolhido foi o ator e apresentador Marcos Mion. Mesmo já tendo feito isso em Operação Big Hero (2014), Mion não foi bem recebido por parte dos fãs. Mas depois de assistir à versão dublada, dá para afirmar que ele faz um bom trabalho como Buzz, respeitando o personagem e transmitindo suas emoções de forma convincente.
Entre reviravoltas e aventuras, Lightyear é aquele filme que não sabíamos que precisávamos ter até ele chegar. Mantendo a tradição da Pixar de fazer filmes emocionantes, divertidos e acessíveis para todo o público, mas com uma camada de profundidade que somente os mais atentos irão perceber, essa é uma produção para ser assistida hoje, amanhã, daqui a 20 anos e além.
Assista ao trailer:
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Lightyear (2022)
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