Tijolômetro – Madame (2018):
Na ficção, o jogo de xadrez pode servir de metáfora para a vida em sociedade, um em que as peças são definidas pela classe social, tendo os membros da elite como principais articuladores das mais ambiciosas jogadas. O problema ocorre quando algumas regras são alteradas por motivos nada nobres, como em Madame, da cineasta Amanda Sthers. Na trama, o casal de americanos Anne (Toni Collette) e Bob (Harvey Keitel) são recém-chegados a Paris, onde organizam um luxuoso jantar para 12 pessoas. Quando a chegada inesperada de um convidado faz o número de pessoas na mesa subir para 13, a supersticiosa anfitriã se recusa a arriscar e transforma a empregada Maria (Rossy de Palma) em uma convidada especial espanhola.
À primeira vista, colocar Maria nesse meio se torna o prato cheio para uma comédia de costumes moderna que funciona em vários aspectos. Logo nos primeiros minutos, momentos engraçados, constrangedores e até um pouco desconfortáveis garantem boas risadas da audiência. No entanto, o roteiro não se limita e vai além ao explorar símbolos de forma sutil e inteligente. Esse é o caso do número de convidados e a necessidade de Bob em vender um quadro da Santa Ceia para salvar as finanças, detalhes que não estão ali por acaso. Curiosamente, essa questão é o que move a premissa para uma espécie de conto de fadas da vida real e que por sua vez acrescenta uma nova camada para a narrativa.
Entregando mais do que o esperado, Madame diverte com sua sátira e crítica social sobre uma decadente burguesia presa em um jogo de aparências. Não só isso como surpreende ao apresentar uma protagonista autêntica que muitas pessoas irão torcer pelo seu final feliz.
Assista ao trailer de Madame:
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