Com certeza este não é um filme da Marvel e a Viúva Negra do título nada tem a ver com Natasha Romanoff. O “Mistério da Viúva Negra” é um thriller de 1987 que tem Debra Winger e Theresa Russell – lindas, maravilhosas, extremamente bronzeadas pelo sol havaiano e no auge de suas carreiras – contando a história de uma policial que persegue uma assassina de maridos ricos, ou seja, uma viúva negra.
Claro que os mais jovens podem não saber quem é Debra Winger, a não ser que assistam a série da Netflix “The Ranch”, onde ela faz o papel de mãe do protagonista. Porém, para os saudosos jovens dos anos 80, ela protagonizou junto com Richard Gere uma das cenas mais icônicas do cinema, onde Gere a carrega nos braços vestido de marinheiro no filme “A Força do Destino” (An Officer and a Gentleman – 1982), além de vários outros papéis, incluindo a irmã mais nova da Mulher Maravilha, a Moça Maravilha, na série dos anos 1970. Mas isso é assunto para outro dia.
Bem, voltando ao filme, Theresa Russell é Catherine Pettersen, uma mulher que muda de aparência e personalidade conforme as características de seus maridos, os quais ela mata e some com o dinheiro herdado o mais rápido possível. Ninguém consegue pegá-la, pois, além dos assassinatos não serem óbvios, ela não deixa sinais. Mas a detetive Alex Barnes (Winger) resolve, mesmo sem a permissão de seus chefes, ir atrás de uma pequena pista. Bem, essa pequena pista a leva ao Hawaii, onde Alex se aproxima da sedutora viúva negra e ambas se tornam muito próximas.
Ok, comparado com filmes atuais “O Mistério da Viúva Negra” não é nada demais, mas a maneira como a assassina se transforma para atacar suas vítimas, o discurso feminista, o relacionamento entre as duas – talvez um pouco tímido devido à censura da época – a forma como as protagonistas se usam mutuamente para chegar a objetivos opostos, são elementos que deixam o filme bem interessante. A transformação final da detetive também é visível. Alex era uma detetive durona, sem charme e até um tanto masculina, porém a proximidade com Catherine a deixa mais atraente, sensível e até um tanto dissimulada.
Mesmo não curtindo muito remakes eu gostaria de ver um deste filme para saber se ousariam um pouco na questão do relacionamento sexual das protagonistas. O diretor Bob Rafelson fez uma direção correta, mas achei um tanto comedido. Esperava uma pegada mais forte do diretor de “O Destino Bate a sua Porta” (The Postman Always Rings Twice – 1981). Mas como disse, o filme tem seus méritos e deixa uma pergunta no ar, dita pela própria Viúva Negra: será que a Viúva Negra ama?