Tijolômetro – O Último Rodeio (2025)

Alguns filmes recorrem a velhos clichês para abordar temas mais profundos. Por mais que isso reduza o impacto da mensagem, acompanhar a história ainda rende bons frutos. O Último Rodeio, novo projeto do estúdio Angel (The Chosen) coescrito e estrelado por Neal McDonough, é um exemplo que se encaixa nessa categoria.
Aos 50 anos, Joe Wainwright (McDonough), uma lenda dos rodeios, se aposentou depois de sofrer um grave acidente. Após a morte da esposa, ele passa a ter uma relação problemática com sua filha, Sally (Sarah Jones). Porém, os dois precisam superar suas diferenças quando o neto de Joe é diagnosticado com uma doença agressiva. Sem meios para pagar pela cirurgia do menino, o ex-peão arrisca sua vida ao voltar às arenas em busca do prêmio em dinheiro.
Alguém que já foi o melhor em algo, decaiu e precisa voltar ao topo, anos depois, em completa desvantagem… não é a primeira vez que vemos algo do tipo. Rocky Balboa ensinou bem essa lição, assim como muitos outros protagonistas que se reinventam depois de ir da glória ao fracasso. Joe Wainwright é apenas mais um nessa categoria: teimoso, por vezes antiquado, mas resiliente e determinado.
Como nada disso é novidade, O Último Rodeio se sustenta na relação de altos e baixos entre pai e filha. Por mais que tenham suas desavenças, ambos continuam enfrentando o luto pela morte da matriarca da família, ainda que em fases diferentes. Joe está passando pela fase da depressão, carregando uma melancolia profunda que o impede de pensar na própria segurança. Já Sally está no estágio da raiva, nitidamente sofrendo enquanto engole as frustrações.
Para transparecer essas emoções em tela, tanto Neal McDonough quanto Sarah Jones desempenham seus papéis de maneira convincente. Ele é mais contido e resignado, disposto a fazer qualquer coisa pelo neto. Ela, por outro lado, é uma represa de sentimentos prestes a explodir.
Por trás desses dilemas pessoais, a questão da fé também é trabalhada, principalmente através de Charlie (Mykelti Williamson). O contexto religioso é uma característica típica das produções do estúdio Angel, mas aqui é abordado de forma mais discreta e subjetiva.
O Último Rodeio pode não se destacar pela proposta inicial, mas os temas secundários são o que envolvem os espectadores. A subtrama do luto e da busca pela superação se apoia em fórmulas previsíveis, mas consegue transmitir seu recado de forma eficaz.
Assista ao trailer:
Conteúdo relacionado:
Fique por dentro das novidades!
