Desde que foi anunciada, a série Percy Jackson e os Olimpianos gerou muita expectativa entre os fãs da saga literária escrita por Rick Riordan que ansiavam por uma adaptação digna após dois filmes frustrantes. Porém, a nova produção da Disney comete erros que tornam a primeira temporada inexpressiva e sem carisma, mesmo tentando ser o mais fiel possível aos livros.
Os oito episódios do programa adaptam os acontecimentos do primeiro livro, O Ladrão de Raios, onde Percy Jackson (Walker Scobell) descobre que os deuses do Olimpo são reais e que ele próprio é filho de um deles. Além de todos os perigos que envolvem ser um semideus, o menino ainda precisa encarar o fato de que é o principal suspeito de ter roubado o Raio Mestre, a poderosa arma de Zeus (Lance Reddick). Junto com Annabeth (Leah Jeffries) e o sátiro Grover (Aryan Simhadri), Percy precisa recuperar o artefato antes que uma guerra entre deuses tenha início e destrua o mundo dos humanos.
Como nem tudo é ruim, vamos começar pelos acertos de Percy Jackson e Os Olimpianos. Um deles é a seleção do elenco infantil, que se preocupa em manter a mesma idade que os personagens têm na história original. Assim, pensando ao longo de prováveis cinco temporadas (uma para cada livro), poderemos acompanhar o crescimento deles, tal como em Harry Potter. Nesse quesito, Walker Scobell, Leah Jeffries e Aryan Simhadri são boas escolhas para o trio principal, visto o talento individual de cada um.
Entre os adultos, os escolhidos também se destacam em seus papéis, roubando a cena quando estão em tela, mesmo que por pouco tempo. Os destaques vão para Jason Mantzoukas, como Dionísio; Virginia Kull, interpretando a mãe de Percy; e para o falecido Lance Reddick na pele de Zeus que, mesmo tendo uma participação curta, imprimiu uma aura imponente para o deus supremo do Monte Olimpo em um de seus últimos trabalhos.
Os problemas começam em determinadas escolhas criativas que os produtores – inclusive o próprio Rick Riordan – fizeram durante o desenrolar da trama. Não se trata apenas de fidelidade ao material de origem, mas sim decisões anticlimáticas que tiram completamente o peso dos acontecimentos. A consequência disso é a anulação da atmosfera de suspense e a infantilização do roteiro que entrega tudo de mão beijada e força algumas soluções e deduções que não fazem muito sentido. Não existe sensação de perigo real e isso acaba reduzindo o envolvimento e a empatia pelas motivações dos protagonistas.
Apesar do talento do elenco infantil individualmente, a montagem pouco eficiente e a pressa com que os episódios foram executados comprometem não apenas o desenvolvimento da narrativa, mas também a evolução pessoal de cada personagem, assim como afeta a química na relação entre eles. A exceção fica por conta do relacionamento entre Percy e sua mãe, que ganha outras camadas de profundidade que o tornam mais envolvente e emotivo.
Percy Jackson e Os Olimpianos infelizmente deixa um gosto amargo na boca dos fãs que esperavam receber uma série de fantasia grandiosa, mas terminaram com algo morno e abaixo das expectativas. Mesmo assim, a qualidade do elenco e do material original dão esperança de que a produção da Disney amadureça junto com seus personagens e repare os erros que cometeu nessa temporada.
Assista ao trailer:
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Percy Jackson e Os Olimpianos (1ª temporada)
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