Imagine se você fosse escolhido para testemunhar uma das passagens narradas na Bíblia Sagrada, sem precisar simplesmente acreditar no que leu ou ouviu de outros, mas de fato ver com seus próprios olhos a verdade e confirmar como Deus criou o Universo e o Homem. Essa é a premissa de Eva, o novo livro de William P. Young, o mesmo autor do best-seller A Cabana e A Travessia.

A trama conta como Lilly, uma adolescente fragilizada e traumatizada, chega gravemente ferida a uma misteriosa ilha entre dimensões, onde a tecnologia é muito mais avançada do que aquela que conhecemos hoje em dia. Enquanto a menina é tratada com todo o cuidado, ela visita em sonhos Eva, a Mãe dos Vivos, e descobre que foi escolhida para ser uma Testemunha, alguém não só com o privilégio de presenciar os acontecimentos divinos, mas também com o poder de influenciá-los. Inicialmente, Lilly pensa que está delirando sob o efeito de remédios pesados e reluta em aceitar sua missão, mesmo depois que acorda e seus salvadores confirmam que ela realmente está ali para Testemunhar os Inícios.

É muito difícil não fazer comparações entre este livro e os outros dois do autor, ainda mais depois do impacto de A Cabana. Mas podemos notar o quanto Eva é mais fantasioso. A narração foca demais na ilha chamada Refúgio, onde a protagonista se encontra. Toda a tecnologia futurista, os cargos e as funções de cada habitante dessa região ganham muito destaque ante o objetivo principal, que é testemunharmos, junto com Lilly, como o Homem virou a face para Deus e assim surgiu o pecado no mundo. Por lidar com uma passagem bíblica, na qual inúmeras pessoas têm fé, esse cenário demasiado ficcional é dispensável, justamente por afastar o relato da crença original.

Entretanto, deixando de lado o pano de fundo utópico, o propósito da obra é nos fornecer uma visão alternativa do que aconteceu no Éden. De acordo com as Escrituras, Eva foi tentada pela serpente a comer o fruto proibido, influenciando Adão a fazer o mesmo. Isso coloca a mulher como a responsável pela expulsão da humanidade do Paraíso. Tal fato criou a ideia errônea – perpetuada até hoje por alguns setores da sociedade – de que a mulher se encontra em uma posição inferior a do homem e que deve se submeter a ele. O livro de Young busca justificar o que motivou as ações de Eva e mostrar que a parcela de culpa dela é bem menor. Essa visão mais humana tira dos ombros dela boa parte da responsabilidade pelo ocorrido e nos leva a uma reflexão sobre a falta de e confiança existente em todos nós.

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Sendo assim, Eva fala sobre uma segunda chance, uma nova perspectiva para uma situação já conhecida de todos. E esse segundo olhar se estende para todos nós, pois enquanto Lilly testemunha a trajetória da Mãe dos Viventes, ela própria tem de enfrentar seus pecados e aprender a se perdoar. Isso nos faz perceber o quanto tendemos a praticar a autopunição quando, na verdade, devemos apenas aceitar o Perdão e o Amor de Deus.

Adicione este livro à sua estante!

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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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