Para muitos fãs da série Percy Jackson e os Olimpianos, O Mar de Monstros é considerado o livro mais fraco de todos. Na minha primeira leitura, também era um dos leitores que acreditava que esta obra não era tão boa ou tinha tanta importância no quadro geral criado por Rick Riordan. No entanto, isso mudou quando percebi na releitura o potencial dessa história que desenvolveu melhor personagens conhecidos, apresentou novos e ainda estabeleceu as bases para o futuro da série.
Nesta segunda aventura, Percy e seus amigos estão em busca do Velocino de Ouro, o único artefato mágico capaz de proteger o acampamento Meio-Sangue da destruição. É com essa missão que ele e outros campistas partem para uma viagem pelo Mar de Monstros, onde deparam com seres fantásticos, perigos e situações inusitadas, que põem à prova seu heroísmo e herança. Antes de tudo, porém, o herói precisará confrontar um mistério atordoante sobre sua família – algo que o fará questionar se ser filho de Poseidon é uma honra ou uma maldição.
Ler O Mar de Monstros novamente traz a tona as memórias de uma experiência prazerosa. Afinal, todas as qualidades encontradas em O Ladrão de Raios continuam presentes como a escrita leve e divertida do autor que faz com que seus leitores se mantenham “presos” na história sem querer interrompê-la por nada nesse mundo. Outro fator que fortalece essa afirmação está na forma como Rick Riordan consegue criar personagens cheios de camadas em suas personalidades. Assim, além de nos divertimos com o sarcasmo de Percy, acabamos nos envolvendo com os sentimentos dele e de seus amigos.
Entre eles, está Annabeth. Desde o primeiro livro, já sabíamos que a filha de Atena era inteligente. No entanto, faltavam algumas informações sobre ela que agora começam a preencher algumas lacunas. Além de descobrir um pouco sobre seu passado e a sua relação com Luke, também entendemos que a garota possui alguns traumas e ressentimentos que são explorados durante a jornada em busca do Velocino de Ouro. Esses novos elementos fazem com que a personagem ganhe importância e se torne tão interessante quanto seu amigo Percy, carinhosamente apelidado por ela de “cabeça de alga”.
Quem também consegue se destacar é Tyson, um ciclope que é amigo de Percy desde quando se conheceram no novo colégio que o filho de Poseidon entrara após os eventos de O Ladrão de Raios. Apesar de ser novo neste universo fantástico, ele conquista o leitor com facilidade. Seu jeito, quase infantil, aliado a um físico de monstro criam um contraste curioso. De certo modo, é como se fosse uma espécie de versão mitológica de um dos personagens mais queridos da Marvel Studios: o Groot de Guardiões da Galáxia. Não é toa que é um personagem querido pelos fãs de toda série. Sua relação com Percy é muito importante para toda a trama de O Mar de Monstros, mas por questões de spoilers não pode ser detalhada.
Por último, temos Percy lidando com todas as questões envolvendo esta nova aventura ao mesmo tempo que sofre com as ameaças constantes de um novo vilão que aos poucos anuncia sua chegada. O clima de perigo iminente desta subtrama paralela teria tudo para atrapalhar a narrativa de O Mar de Monstros. No entanto, não é o que acontece já que Rick Riordan soube muito bem plantar as sementes para o futuro sem deixar que elas ofuscassem a história que estava contando neste livro. Em outras palavras, mais um capítulo muito bem encerrado e que já nos deixa ansiosos para o próximo: A Maldição do Titã.
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