Criada por Alfred Gough e Miles Millar, Smallville contou a história de um jovem Clark Kent até se transformar no icônico e mais conhecido super-herói de todos os tempos: O Superman. Exibida pela Warner, a série foi responsável por conquistar um novo público para o Homem de Aço dos quadrinhos da DC Comics.
Logo nas primeiras temporadas somos apresentados a um garoto impopular e tímido que mora em uma pequena cidade do interior do Kansas. Esse detalhe possibilitou a criação de tramas mais adolescentes. Soma-se a isso a dificuldade de adaptação de alguém que descobre que não é um humano normal e sim um alienígena. Em outras palavras, estava ali a receita de uma produção que mostrou que era possível atualizar uma história criada há décadas atrás.
Já nas primeiras temporadas, Smallville apresentava uma nova gama de vilões: os “freaks” (aberrações, em uma tradução livre). A origem deles é resultado da interação com as pedras de meteoro (kryptonitas, como ficariam conhecidas em outras temporadas) que vieram junto com a nave que trouxe Clark para o nosso planeta. Sobre esse novo tipo de inimigo, dá pra dizer que havia um grande diversidade, desde pessoas com poderes elétricos, congelantes ou com a habilidade de manipular fogo. Isso, é claro, apenas para citar alguns. É claro que nenhum deles foi páreo para o enigmático Lex Luthor, muito bem interpretado pelo ator Michael Rosenbaum que se destacou cada vez mais com seu crescimento na série.
Se fosse para destacar alguns momentos marcantes, citaria “Ryan”, da segunda temporada, quando Clark se despede do seu irmão adotivo em um passeio de balão. Foi um dos finais mais emocionantes de episódio devido à amizade dos dois e o fato de que Ryan tinha poucos meses de vida por causa de um tumor cerebral. Outro momento que empata no quesito emoção é em “Shattered”, da terceira temporada, quando Lex está internado em um hospício após ter perdido a memória. A trilha sonora com música de Jonnhy Cash encaixa perfeitamente pela melancolia do momento.
O que também merece destaque na série é a forma como os personagens coadjuvantes são utilizados. Se em outras séries eles teriam um papel apenas secundário como alivio cômico ou interesse romântico, em Smallville isso era bem diferente. Cada pessoa que passava pela vida de Clark Kent adicionava alguma lição que o amadurecia como herói. É o caso de Chloe Sullivan. Durante várias temporadas, os fãs viram as diversas transformações que ela já passou, seja como uma estudante do ensino médio apaixonada por jornalismo até ajudante no combate ao crime. Sua importância acaba sendo tão grande que não é besteira dizer que ela foi uma forte influência para o futuro Homem de Aço.
Uma curiosidade que também chama a atenção é o fato de muitos filmes baseados em quadrinhos terem começado a aparecer nesse mesmo período em que a série era exibida. É o caso de X-Men e Homem-Aranha. Desse modo, é possível afirmar que Smallville contribuiu para que essas produções continuassem sendo feitas. Acredito muitos produtores de cinema perceberam essa real possibilidade de adaptar ícones dos quadrinhos e atualizá-los. O mesmo pode ser dito das séries de Tv que vieram depois como Arrow e Flash.
Enfim, assistir Smallville valeu a pena exatamente pela experiência. Não só por isso como também por tudo o que tornou a série marcante e pioneira de uma nova era dos heróis na Tv.