A Ilumination Entertainment vem se mostrando como um dos novos estúdios de animação a competir com as outras grandes que dominaram o mercado nos anos 90 e hoje são referências no que diz respeito à animação. Eles trouxeram ao mundo os Minions – você certamente já esbarrou com eles em alguma pagina cômica no Facebook – e agora lançam o filme Sing, que chegou ao Brasil como “Sing: Quem canta seus males espanta”.

Sinopse: Um mundo habitado por animais antropomórficos – semelhante ao que vimos em Zootopia – onde o coala Moon (dublado por Matthew McConaughey) deseja a todo custo manter seu teatro em funcionamento. O problema é que todos os eventos que ele realizou foram um fracasso total, levando-o a falência. Numa última tentativa desesperada, ele planeja fazer um concurso de canto. Assim conhecemos os personagens principais e suas histórias pessoais.

O filme é extremante eficiente em contar diversas histórias, com múltiplos personagens e fazer cada um deles parecer humano e totalmente real – o que é curioso quando se trata de animais. A mãe de casa que deseja algo a mais na vida; a adolescente que tenta se encontrar seu rumo; a talentosa e tímida; aquele que precisa se provar para o pai; até mesmo um cantor envolvido com a máfia no melhor estilo Sinatra. É aquele tipo clássico de animação que agrada tanto as crianças quanto os pais, pois o humor vai do físico até referências musicais para quem tem mais idade.

O mais impressionante é como Sing consegue passear entre diversos gêneros musicais, que vai do rock ao pop, mas ainda assim não chega a ser um musical em si. Está mais para um filme que fala sobre musica. Os números musicais estão verdadeiramente presentes e completos somente no final.

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Temos outros nomes de peso fazendo vozes dos personagens como Scarlett Johansson, Seth MacFarlane  e John C. Reilly. Outro nome importante, porém não tão famoso, que merece palmas é Garth Jennings, dirigindo e roteirizando Sing, compartilhando a tarefa da direção com Christophe Lourdelet, que tem uma carreira longa em animações – o mais relevante foi Meu Malvado Favorito 2. O trabalho destes dois na direção de Sing tem que ser especialmente elogiada, pois sabe usar muito bem a transição de cenas e movimentos que só a animação permite. Outras horas tudo parece como um grande desenho animado clássico e em outros esquecemos que os animais são, de fato, animais.

Acima de tudo o que vence é o roteiro, pois sabe criar um conflito extremante reconhecível e que gera uma conexão praticamente imediata com quase todos os protagonistas. Talvez o mais curioso seja a metade do filme onde temos acontecimentos que quebram o clichê básico e realmente te fazem pensar “O que vai acontecer agora?”.

A Ilumination Entertainment já marcou sua presença com a série “Meu Malvado Favorito” e seus derivados, mas acredito que Sing realmente é o primeiro grande filme que eles realizam no que diz respeito à qualidade. Seguindo essa linha, podemos estar presenciando um grande estúdio que pode apimentar a competição entre os grandes mais estabelecidos do ramo das animações.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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