Tijolômetro – Tasokare Hotel

Nos animes, a morte costuma ser um evento marcante — especialmente para os personagens que ficam. Raramente, porém, acompanhamos o que acontece com aqueles que partiram. Um dos primeiros lançamentos de 2025 no Prime Video, Tasokare Hotel inverte essa perspectiva ao explorar, com doses de mistério, drama e reflexões sobre identidade, o que vem depois do fim. Apesar da proposta interessante, o anime encerra sua curta jornada de forma insatisfatória.
Adaptação de um jogo mobile de mistério sobrenatural, a história apresenta um hotel onde o crepúsculo nunca termina. Situado na fronteira entre a vida e a morte, o espaço funciona como refúgio para almas perdidas que não sabem se devem retornar à vida ou seguir adiante. Esse é o caso de Neko Tsukahara, que não se lembra de quem é ou como foi parar ali.
Assim como a protagonista, todos os novos hóspedes do Tasokare Hotel passam pelo mesmo processo: chegam confusos, sem memórias e, curiosamente, com algo no lugar do rosto — geralmente um objeto, por exemplo: carta de baralho, bola ou flor. Eles são encaminhados a um quarto que, segundo os funcionários, deve conter pistas relacionadas à identidade de cada um e indícios sobre sua condição atual — se estão vivos ou mortos.
No caso dela em específico as lembranças não retornaram rapidamente, mesmo com todas as pistas que recebeu desde a sua chegada. No entanto, para compensar isso ela se oferece para trabalhar no hotel e, assim, auxiliar as pessoas que chegam de alguma forma, o que faz dela uma quase detetive ao mesmo tempo em que cuida de outros afazeres como a faxina.
De certo modo, isso cria uma estrutura narrativa em Tasokare Hotel que pode soar repetitiva e até previsível. No entanto, a variedade de situações nos episódios mostra que o roteiro consegue encontrar algumas saídas criativas para manter o mistério que é o principal e talvez melhor elemento da produção como um todo. Desse modo, o quebra-cabeça de cada personagem novo encontra sempre uma forma de se manter relevante.
Esse equilíbrio muda com a chegada de Masaki Osoto, um estudante de medicina gentil e brilhante que, aos poucos, se revela um psicopata com um passado sombrio. Ao contrário dos outros hóspedes, que partem após recuperar as memórias e descobrir sua condição, Masaki prefere permanecer o maior tempo possível no hotel para atingir seus objetivos — especialmente ao reconhecer, entre os funcionários, antigas vítimas suas. Com isso, sua presença vai ganhando importância, até mesmo em contextos que ultrapassam a história principal.
Mesmo com alguns pontos positivos, Tasokare Hotel decepciona em suas escolhas para concluir a trajetória de Neko. O estúdio PRA opta por um desfecho simplista, sem ousadia e até ingênuo, destoando da atmosfera envolvente construída ao longo da série. Por isso, vale assistir ao anime com expectativas moderadas — afinal, ele está longe de ser um hotel cinco estrelas.
Assista ao trailer de Tasokare Hotel:
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