[authorbox authorid=”5″ title=”Crítica por:”]
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u sou cheio de manias quando se trata de cinema. Tenho uma mania “completista”. Coisas como ver todos os filmes de uma determinada franquia ou de determinado diretor, mas um tipo de mania que quase não tenho é com atores. São poucos atores e atrizes que me fazem assistir um filme pelo simples fato de estarem nele. Um desses poucos indivíduos é Simon Pegg. Sou muito fã dele não só como ator, mas ainda mais como roteirista. Foi por isso que fui conferir Herança, o mais novo filme onde ele tem um papel bastante relevante.
Lauren faz parte de uma rica e influente família americana que está envolvida com bancários, política e o sistema de justiça. Quando seu pai morre subitamente ela acaba herdando os segredos de seu pai: um homem aprisionado em um esconderijo subterrâneo nos fundos do imenso quintal.
Inheritance é um drama com suspense que com certeza vai te levar até o final. Não tem como não assistir um filme desses até o último minuto. Tudo gira ao redor da ideia de descobrir porque esse homem misterioso está preso no porão e porque o pai da protagonista fez isso. O longa mantém um bom clima, e nós dá só o suficiente para seguir com a história em busca dessas respostas.
Para quem gosta de acompanhar o trabalho de Simon Pegg ficará feliz de vê-lo em um papel tão diferente. É um daqueles personagens exagerados e escalafobéticos que chamam bastante atenção. Mas um problema quase fatal nessa construção está na maquiagem colocada nele. É do tipo mais vagabunda, onde vemos as camadas de maquiagem em seu rosto e uma peruca que parece saída de uma fantasia de carnaval de rua. Os dois principais nomes responsáveis pela maquiagem deste filme são Carla Gentry Osorio e Somica Spratley.
O diretor é Vaughn Stein e esse é seu segundo longa. O primeiro também é um filme com Simon Pegg intitulado como A Vingança Perfeita que é bastante interessante e possuiu um visual inacreditavelmente bom, mas tem os mesmos problemas de roteiro de Inheritance, que explicarei daqui a pouco. O roteirista Matthew Kennedy faz sua estreia como roteirista aqui e apesar desses problemas que eu vou falar ele faz um trabalho impressionante para uma primeira história. Talvez seja um nome para ficar atento, pois possuiu potencial.
O paradoxo do suspense é o fato de que toda a história desse gênero parece só existir para solucionar os segredos da trama. Uma vez que isso é feito não resta muito. Por isso que a maioria dos filmes de suspense não sobrevive a uma segunda assistida. Também existe o problema do final. É como se essas histórias jogassem tudo para o terceiro ato e dependendo das soluções dadas para o mistério isso pode invalidar o filme inteiro e isso quase acontece com Inheritance.
O clímax desse filme, apesar de ter algumas revelações interessantes, não justifica o próprio plot. Não existe muito propósito para tudo aquilo ter acontecido e os conflitos poderiam ter sido solucionados se houvessem acontecido duas conversas e um telefonema. Mais uma dessas histórias que só existem porque os personagens não dialogam entre si.
O que frustra é que o filme realmente ia muito bem até esse final, mas isso já aconteceu com diversos outros nesse mesmo estilo. Ainda acho que esse roteirista pode nos contar outras histórias interessantes em seus próximos trabalhos. Esse filme talvez seja interessante para aqueles que estão ávidos por um suspenso e buscam algo bem recente.