É muito bom percebermos que já está se formando uma tradição de fim de ano termos um filme do universo Star Wars nos cinemas, a mesma tradição que tivemos em anos anteriores como em O Senhor dos Anéis e O Hobbit. Passamos o ano naquela expectativa de que em dezembro ainda teremos um bom filme para assistir, então, adiem qualquer lista de melhores filmes do ano até passar Star Wars no cinema para que a eleição não fique defasada. E desta vez o filme em questão é um spin-off do universo Star Wars: Rogue One.
Para quem ainda não conhece a trama, Rogue One: Uma história Star Wars conta a aventura da homônima equipe de infiltração da Aliança que roubou os planos da Estrela da Morte, o mesmo plano que fez com que a Resistência conhecesse o ponto fraco da arma mais poderosa e destrutiva do Império. A mensagem secreta que norteia todo o episódio IV e que fora responsável pela primeira vitória significativa da Aliança sobre o Império, naquela que seria a primeira batalha de Luke Skywalker.
E como já era esperado, o filme não foca nos Jedis e sua filosofia, apesar de termos flertes sobre o tema. O filme foca, sim, na guerra das estrelas que dá nome à franquia. Na luta da Aliança contra o Império. E isso é ótimo! Conhecemos um pouco mais sobre os rebeldes e tomamos nota de que nem tudo era perfeito. Que apesar do ideal libertário, a Aliança também era uma força militar e, portanto, ordens teriam que ser seguidas. Assim como também conhecemos um pouquinho mais do Império, sua estrutura funcional e humana. E identificamos ali dentro um diretor que tem um dos sentimentos mais humanos por dentro daqueles trajes nazistas e rostos frios: A ambição. O sentimento do diretor Krinner, um dos mais vívidos oficiais do Império, responsável pela criação da arma mais letal da história da galáxia.
Jyn Erso (Felicity Jones) convence como a primeira protagonista não Jedi de uma história da franquia no cinema, e a trama que corre ao redor dela nos situa perfeitamente dentro do universo Star Wars. A equipe principal se forma em uma configuração diferente das equipes clássicas ao longo da saga, porém apresenta alguns elementos já conhecidos: O androide (K-2S0) estrategista e alívio cômico, o cara não confiável (Capitão Cassian), uma espécie de mentor Jedi (Chirrut) e uma versão humana do Chewbacca (Baze). Porém em doses ainda maiores de heroísmo numa missão suicida dentro de um planeta dominado pelo Império. O filme conta com um início realmente animador, resgatando nos fãs o espírito Star Wars logo de cara. Um segundo ato levemente arrastado e escuro (inclusive nesse momento você se arrepende do 3D) e uma conclusão estonteantemente fora de série, fazendo com que os espectadores saiam das salas de cinema empolgados após tal terceiro ato.
Rogue One acerta incrivelmente como um prequel, amarrando perfeitamente sua história com o Episódio IV. E não só isso, o filme realiza algumas modernizações a elementos clássicos da saga como a batalha de naves no espaço, a batalha campal contra storm troopers e as máquinas de guerra do império e, principalmente, no maior ícone da franquia, Darth Vader, como a cereja no topo do bolo. Para não dizer Q só falei de flores, alguns deslizes foram cometidos, mas nenhum grande pecado. O maior deles foi a mudança brusca de comportamento e atitude do Capitão Cassian Andor (Diego Luna), que deixa de cumprir ordens prioritárias sem muito desenvolvimento para tal.
Foi um excelente acerto da Disney investir em spin-offs da saga e enriquecer ainda mais o universo Star Wars. O que levanta ainda mais a expectativa que já estava gigante para o Episódio VIII e também para o próximo spin-off da saga, que será sobre a história do Han Solo. Rogue One é um filme que consegue surpreender mesmo contando uma história de um final já conhecido para qualquer ávido espectador de Star Wars, que se deliciam com os excelentes fãs services à franquia clássica.