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Após o filme Justice League Dark: Apokolips War (2020) a DC encerrou o seu universo compartilhado de animações em longa metragem e iniciou uma nova linha. Os dois longas escolhidos para inaugurar essa nova fase são Deathstroke Knights & Dragons: The Movie e Superman: O Homem do Amanhã.
A história foca na primeira aventura de Kent em Metrópoles e seus primeiros contatos com Lois, Luthor e a criação de sua identidade de super-herói. De certa forma pode ser considerada uma história de origem, mas quase não foca na infância do personagem ou na destruição de Kripton. O roteiro está mais preocupado em mostrar como surge o ícone Superman e o primeiro contato da Terra com aliens.
A técnica de animação é semelhante a utilizada pelos jogos da TellTale e se mostra uma evolução técnica e de estilo comparada ao padrão estabelecido pela linha anterior. Ainda temos uma certa simplicidade em cenários, mas os movimentos se tornam mais fluidos o que acaba ajudando nas cenas de ação.
O diretor Chris Palmer tem uma carreira muito interessante em outras animações da DC e até de longas cinematográficos, um exemplo é “Como treinar seu dragão”, mas somente no departamento de animação. Na direção propriamente dita ele assina alguns episódios de Voltron (a versão nova da Netflix). O roteirista Tim Sheridan também já escreveu para animações do Superman, como o recente Reino do Superman (2019) e está cotado para escrever a nova série de He-Man na Netflix.
O roteiro dessa animação tem alguns pontos positivos. Um deles é a forma como Lois Lane é escrita. A maioria das adaptações apresenta certa dificuldade em retratá-la como uma reporter competente. Aqui ela não só é competente como genuinamente mais esperta (como repórter) em comparação a Clark. O problema é que no terceiro ato alguns traços da sua personalidade ficam exagerados e ela quase se torna uma antagonista do lado humano do protagonista.
Temos também a aparição de Lobo numa cena de ação incrível. As lutas entre Superman e o caçador de recompensas intergaláctico já são comuns, mas curiosamente não vemos tanto disso nas adaptações para o audiovisual. Alguns fãs mais ferrenhos do Lobo podem não gostar dessa adaptação, pois ele está consideravelmente menos “heavy metal” do que em suas histórias solo. Outros personagens da DC são apresentados aqui e temos uma boa base para um início de universo compartilhado.
O arco do Superman acaba se repetindo ao longo do filme. Em dois momentos distintos, um no segundo ato e outro no terceiro, temos o momento do “herói desistindo”. Isso faz com que o segundo ato fique bagunçado e enfraqueça um pouco o clímax do terceiro ato. O vilão Parasita é bem desenvolvido e possuía uma construção de personagem no estilo clássico de “monstros trágicos” onde a pessoa acidentalmente vira uma criatura perigosa e causa mal de forma não intencional.
De modo geral essa animação entende bastante o personagem e o que ele representa. Acerta de forma simples em vários pontos onde Homem de Aço fracassou. Mesmo que você já esteja um pouco cansado de ver uma história de origem, acredito que essa é suficientemente criativa para valer o seu tempo. Deathstroke Knights & Dragons: The Movie também é uma boa pedida e finalmente da uma animação solo para esse vilão tão adorado.
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