Se tem uma coisa que assusta todo fã de cinema é a chamada Maldição do Terceiro Filme. Não é necessário tecer uma explicação muito longa sobre esse medo, bastando apenas citar alguns títulos: Superman III, Robocop 3, Homem Aranha 3 (urgh!)… É claro tiveram aqueles que escaparam da supracitada maldição, e, apesar dos erros que cometeu, X-Men: Apocalypse conseguiu ser um bom filme, na opinião deste redator medíocre, e livrou a franquia dos mutantes mais famosos da Marvel de um “apocalipse” mais tenebroso do que o personagem interpretado por Oscar Isaac. Inclusive, gravamos um TarjaCast sobre X-Men: Apocalipse, que você pode conferir aqui.
Sob o comando do veterano Bryan Singer, o novo filme conta a história de En Sabah Nur, o “Primeiro Mutante”, que reinou como no Antigo Egito auxiliado por seus quatro cavaleiros. E é justamente no vilão que encontramos os primeiros problemas… Apesar de ser interpretado pelo bom ator Oscar Isaac, o roteiro sem muitas surpresas e o visual espalhafatoso, quase carnavalesco do vilão conferem a Apocalipse um tom caricatural, que acabou soando deslocado no filme, do mesmo modo que os seus cavaleiros, apesar de Ororo e Magneto terem seus ingressos à trupe do vilão bem trabalhados.
Por outro lado, Bryan Singer manteve os acertos dos filmes pregressos, bem como redimiu erros da franquia clássica, também dirigida por ele em sua maioria, a começar pelo elenco, com destaque para Michael Fassbender. Magneto recai no drama da falta de fé na humanidade, em uma cena cujo desfecho surpreende o espectador pelo fato de o anti-herói polonês ser um daqueles raros personagens que combinam tão bem a raiva e a frieza. James McAvoy repete a boa atuação na pele (e agora na careca) do Professor X, que é o exato contraponto de Magneto, por ser carregado de esperança na convivência pacífica entre humanos e mutantes, uma tensão que o filme soube aproveitar.
Grande parte do mérito do filme está nos novos personagens. Usando sabiamente uma ambientação na década de 80, o filme incorpora diversos elementos da década em questão, funcionando como alívio cômico e também como figurino. A apresentação inicial de Ciclope e Jean adolescentes foi bem recebida mais pelas cenas de diálogo do que pelas de ação no final. No entanto, dos personagens da nova leva, Mercúrio foi o mais notório.
Apesar de o roteiro basicão e do vilão deixando um bocado a desejar, X-Men: Apocalypse conta com bons momentos, bons efeitos, uma trilha sonora encorpando os momentos cômicos e dramáticos, mas conta, principalmente, com bons atores, que foi o maior acerto de Bryan Singer no comando da nova trilogia.