Quando assisti De Volta Para o Futuro II pela primeira vez ainda não imaginava como seria o mundo quando fosse mais velho, principalmente no século 21. Felizmente, graças a essa continuação tive uma prévia disso de forma criativa e engraçada. Isso foi tão legal que durante muitos anos considerei esse o melhor episódio da franquia, o que não é tão difícil considerando todos os seus aspectos positivos. Sei que não estou sozinho nessa afirmação pois muitos fãs também pensam dessa forma além de escolherem o dia 21 de outubro, quando Marty viajou para a Hill Valley de 2015, como uma data especial e comemorativa. Por isso, através dessa crítica vou relembrar essa produção e viajar novamente pelo tempo a bordo de um DeLorean. Dessa vez, sem precisar recuar ou se preocupar com o espaço na rua até porque “para aonde vamos não precisamos de ruas.”
É uma tarefa muito difícil escolher qual aspecto ressaltar inicialmente em De Volta Para o Futuro II. Para facilitar, começo por algumas observações sobre a trama. O filme começa exatamente de onde o primeiro parou, quando o protagonista retorna ao seu tempo presente em 1985 em que nada é como ele conhecia desde sempre. Isso causa uma série de boas surpresas, o que é interrompido com a chegada de seu amigo cientista e a necessidade de salvar a família de Marty de uma série de eventos ruins 30 anos no futuro.
Para resolver o problema, ambos viajam para 21 de outubro de 2015 momentos antes de tudo dar errado. Jennifer Parker (Elisabeth Shue), a namorada de Marty, acaba pegando carona já que isso também diz respeito a ela. Sua participação na história tem importância apenas no início, o que não a torna um personagem descartável. É através dela que vamos sendo apresentados a todo histórico de sua família, um detalhe responsável por garantir momentos de humor e um pouco de estranheza por conta das novidades malucas do futuro. Inclusive, antes de comentar sobre as características desse tempo diferenciado, fica aqui o destaque para a versatilidade de Michael J. Fox em interpretar diferentes personagens e versões de si mesmo como é o caso de seus filhos e ele mais velho. Tudo isso anos antes de Eddie Murphy fazer algo parecido em O Professor Aloprado (1996).
Sobre o ano futurístico retratado em De Volta Para o Futuro II, o primeiro comentário é a respeito das “previsões” do filme. Como fãs, ficamos tentados a conferir o que já foi criado em termos de inovação tecnológica. Infelizmente, algumas coisas ainda não existem no mundo real como skates que flutuam, carros voadores e meteorologia 100% precisa. Essas criações citadas são apenas algumas que o roteiro da dupla formada por Robert Zemeckis e Bob Gale soube explorar bem na época. Destaque para o momento quando Marty é “engolido” pelo protagonista de Tubarão 19 em sua versão 3D em uma cena que além de icônica homenageia um clássico de Steven Spielberg.
Referências e homenagens à parte, agora a questão é sobre as alterações no tempo e a criação de realidades alternativas. Por conta das ações do velho Biff, a cidade de Hill Valley foi alterada drasticamente. É nesse momento que De Volta Para o Futuro II aproveita para, de forma didática, nos ensinar suas próprias regras de viagem no tempo. Entre elas, está o fato da dupla não poder retornar para o ano de 2015 e impedir o velho Biff, pois aquele futuro não existe mais. Por isso, devem voltar para o momento da entrega do Almanaque de Esportes em 1955 e impedir que o jovem Biff use a revista em benefício próprio.
Em outras palavras, existe apenas uma linha temporal que muda conforme as alterações no passado. Isso tudo é explicado de forma simples e direta. Uma verdadeira aula na qual fica fácil entender até mesmo para quem não está acostumado com esse tipo de ficção. É a partir dessa rápida lição que vamos para a sequência que realiza uma espécie de encontro cinematográfico com De Volta Para o Futuro. Tenho certeza que para todos os fãs esse momento continua legal e empolgante, independente de quantas vezes tenham assistido o filme.
Inclusive, esses dois adjetivos servem para definir De Volta Para o Futuro II como um todo. Por isso, essa continuação continua sendo lembrada até hoje em datas especiais como essa. Fica só o agradecimento por ter visto um filme que imaginou o mundo em sua versão mais avançada tecnologicamente e ensinou sobre viagens no tempo como nenhum outro.
Ficha técnica:
- Ano de lançamento: 14 de dezembro de 1989
- Duração: 1h48min
- Gênero: aventura
- Direção e roteiro: Robert Zemeckis e Bob Gale
- Elenco: Michael J. Fox (Michael J. Fox), Christopher Lloyd (Doc Brown), Elisabeth Shue (Jenifer Parker), Thomas F. Wilson (Biff Tannen), Lea Thompson (Lorraine Baines), entre outros.
Assista ao trailer:
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