Casas assombradas são o maior lugar comum de toda a cultura de histórias de terror, em qualquer mídia que seja. Quando vemos um filme que começa com essa premissa é difícil pensar que vamos ver algo verdadeiramente novo, mas existe um número grande de bons longas que partem dessa premissa e constroem narrativas instigantes e diferentes entre si.
Don Koch (Phil Brooks) tenta renovar uma mansão decadente com uma história sórdida para sua crescente família, apenas para descobrir que a casa tem outros planos. Girl on the Third Floor é produzido, escrito e dirigido por Travis Stevens, ou seja, temos uma visão bem autoral desta história já que a mesma pessoa está envolvida nas três etapas mais importantes da criação de um filme. Vale ressaltar que essa é sua estreia como diretor de longa, mas possuiu uma carreira sólida como produtor. A história original é assinada por Ben Parker e Paul Johnstone e nenhum deles possui grandes obras relevantes.
O primeiro ato, apesar de básico, é filmado de forma que desperta a curiosidade. Porque o protagonista quer recomeçar a vida? Qual seu passado? O que está acontecendo naquela casa de fato? Com um ritmo lento que constrói a tensão de forma gradativa vamos, aos poucos, nos pegando presos a essa história que parece ser clichê, mas contada com competência.
O problema se dá com o avançar da história, pois os acontecimentos não parecem ter peso e não é feita, de forma competente, a mudança de humor/personalidade do protagonista. Algumas imagens e situações são bem diferentes e tensas, mas de modo geral o interesse pela trama vai se perdendo com o avançar do filme.
Na metade do filme uma grande virada acontece. Algo interessante e que poderia ter sido muito bom, mas da forma que ocorre acaba por jogar o filme no chão. Do terceiro ato adianta toda a suposta originalidade se perde e o filme começa a se tornar um grande clichê de histórias de “casas assombradas”. Em resumo acaba sendo um filme que aparenta ser inovador em seu início e acaba se provando como só mais um filme de terror ruim e esquecível.
Esse é mais um título que cai na gigantesca lista de filmes que tinham potencial, porém não o alcança. Apesar de não ser um filme bom, Travis Stevens mostra talento como diretor e parece ter certa capacidade no gênero de terror. Existem conceitos interessantes neste longa e talvez vê-lo retornando nesse tema com um roteiro melhor nos revele uma boa experiência cinematográfica.