Ocean’s Eleven é uma franquia que sempre se propôs a fazer uma reunião de pessoas ilustres no cinema ou da cultura pop desde sua primeira versão nos anos 1960, em que reunira em tela pessoas como Frank Sinatra, Cesar Romero, Dean Martin e companhia. Onde o mais interessante era ver todos esses ícones interagindo entre si, todos com grandes carismas dentro de um roteiro no estilo assalto à banco. Esse mesmo espírito esteve na versão dos anos 2000, onde Geroge Clooney contracenava com Brad Pitt, Matt Damon, Andy Garcia entre outros. Em 2018 temos Ocean’s Eight, ou no português Oito Mulheres e Um Segredo, que reúne várias estrelas com a mesma premissa repaginada para os dias atuais de empoderamento feminino, trazendo várias atrizes carismáticas e renomadas no elenco.
A ideia de trazer essa franquia na versão feminina caiu como uma luva nos dias atuais, não só por estarmos vivendo um momento de maior empoderamento feminino, mas também pela própria trama do filme ter todas as necessidades supridas pelas próprias mulheres. Porém há de se ressaltar que mesmo com essa premissa, o filme foi dirigido por um diretor, Gary Ross. O que fica no mínimo contraditório, “é a vez das mulheres, mas quem manda ainda é o homem?”.
Debates ideológicos a parte, Oito Mulheres e Um Segredo resgata todo o sentimento de um grande assalto com grandes nomes midiáticos interagindo. E desta vez temos 3 oscarizadas no elenco, Sandra Bullock, Cate Blanchett e Anne Hathaway sendo assessoradas por atrizes também renomadas como Helena Bonham Carter, Mindy Kaling, Awkwafina, Sarah Paulson e pela excelente cantora – e não tão boa atriz – Rihanna. A interação do elenco funciona muito em função do carisma das atrizes e muito pouco através dos diálogos em si, que apesar de passar batido na proposta do filme não deixa de ser um ponto negativo.
Aliás, todo o filme funciona através da presença do elenco e muito pouco do roteiro que é, sinceramente, mais do mesmo dentro da franquia. Acabamos por nos interessar muito mais por ver as atrizes em ação do que pelo desenrolar da história, o que já é uma assinatura dos filmes anteriores. Só que desta vez temos um roteiro com vários gatilhos facilitadores, como por exemplo a irmã da personagem Nine Ball (Rihanna) que fica totalmente gratuita na trama. A narrativa também deixa a desejar pois não deixa margem para um qualquer suspense ou uma apreensão maior do espectador, em nenhum momento sentimos que o plano poderia não dar certo ou que alguma dificuldade poderia ter sido imposta. Isso é um problema sério do longa. Porém como sua proposta é ser um filme mais divertido e descompromissado, até mais que seus antecessores, acaba que homeopaticamente compramos o entretenimento leve que o filme vende. E é isso, Oito Mulheres e Um Segredo pode ser um bom entretenimento, mas de proposta bastante rasa.