Por mais que esteja com sua revista cancelada e seus filmes tenham se tornando sinônimo de vergonha, o Quarteto Fantástico é um dos maiores grupos da Marvel. Eles não só fundaram o universo Marvel como conhecemos hoje, como também estabeleceu o novo padrão de heróis humanizados que hoje é a regra. Por muito tempo o Quarteto era símbolo de inovação e de histórias incrivelmente criativas que revolucionou os quadrinhos, mas hoje parece que eles são cafonas e retrógrados diante do mundo nerd. Dentro do mundo dos quadrinhos eles sempre estiveram em baixa depois do início dos anos 2000, mesmo com boas fases aqui e ali. Será que o mundo simplesmente cansou do Quarteto Fantástico?
No compilado Imaginautas temos histórias que vão das edições 56 e 60 a 65 da revista Fantastic Four. Nela temos os roteiros de Mark Waid que fez excelentes histórias com a equipe. Sua primeira história é “Virado do Avesso” e ela consegue sintetizar em vinte e duas páginas tudo o que define o Quarteto e ainda faz um exercício de meta linguagem para explicar o quanto a super família já foi relevante e hoje não parece ter tanto espaço nos quadrinhos, explicando no fim porque o conceito do Quarteto será eternamente fascinante.
Mark Waid entende perfeitamente qual é a sinergia entre os personagens e qual é o conceito de família maluca que torna as aventuras do Quarteto tão divertidas. Os roteiros possuem tons bastante cômicos e se preocupa mais em brincar com esse conceito de “problemas familiares” do que em efetivamente criar uma aventura de super heróis. Reed constantemente precisa balancear a vida de cientista cósmico com pai de família. Sue coordena a empresa que sustenta o estilo de vida insano do Quarteto. Johnny precisa lidar com novas responsabilidades e efetivamente crescer e o Coisa na sua constante luta entre controlar sua raiva e lidar com sua amargura interna.
Waid responde a pergunta que ninguém nunca fez, mas gera uma trama interessantíssima. Como o Quarteto sustenta suas viagens interdimensionais e aparelhos que revolucionam a tecnologia a cada segunda feira? A resposta é simples e cria pontos de choque entre os personagens que nunca imaginamos numa revista de super-herói. Algumas dessas histórias são desenhadas por Mike Wieringo, que apesar de ter uma arte mais infantil acaba casando muito bem com o tom destas aventuras. Outra parte é desenhada por Mark Buckingham que possui uma arte mais comum para quadrinhos de super herói e dá uma ótima noção de ação para as cenas.
No fim temos uma história curta e roteirizada por Karl Kesel que faz uma baita homenagem a história de Jack Kirby. Para quem não sabe o personagem Coisa era extremamente popular nos primeiros anos de publicação do Quarteto Fantástico e o pedroso era a personalidade e estilo de ser do próprio Kirby. Na mitologia do personagem o icônico quadrinista colocou muita coisa de sua vida pessoal, como sua relação com a rua Yancy. O que Kesel faz nessa história é justamente contar uma aventura solo do Coisa e sintetizar a ideia de Kirby como a persona do personagem. Simplesmente incrível e profundo. Esse é um encadernado que todo fã de Quarteto precisa ler um dia, assim como toda a fase de Mark Waid.
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