Apesar de ser um plot bem específico, existe uma série de filmes que tratam de pessoas mais velhas voltando para a faculdade ao mesmo tempo em que temos o clichê de alguém terminando um longo relacionamento e voltando a se divertir como solteiro. A Alma da festa junta esses dois plots para contar uma história protagonizada e roteirizada por Melissa McCarthy.

Deanna está radiante porque sua amada filha finalmente vai para a faculdade, mas logo que ela adentra no campus, seu marido diz que deseja se separar. Sem saber o que fazer de sua vida, que foi toda pautada na relação familiar, ela decide retomar um sonho que havia abandonado há muito tempo: se formar em Arqueologia. Assim começa a sua jornada de voltar para a faculdade onde ela conviverá com sua filha e as amigas dela de igual para igual.

Para quem acompanha filmes de comédia, o nome de Melissa McCarthy já é bastante conhecido. Nos últimos anos ela vem estrelando uma sequência de comédias bem divertidas e até compôs a nova formação dos Caça Fantasmas. Aqui ela trabalha em seu terceiro roteiro junto com Ben Falcone, que também é o diretor deste filme. A proposta deles é fazer uma comédia bem leve e muito pautada na figura da própria Melissa junto com outras atrizes da cena atual da comédia americana.

Sempre é difícil de escrever críticas de filmes que não possuem grandes pretensões além de serem divertidos, principalmente comédias. É justamente o caso deste longa. Não temos nenhuma piada muito ousada e o roteiro não tenta inovar em nenhum momento. Para quem gosta muito do gênero será possível antever diversas viradas no roteiro e piadas. O roteiro também tem sérios problemas em criar conflitos e realmente trabalhá-los, além de ter um clímax que você vê chegando sem nenhuma surpresa.

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Entretanto, a personagem de Mellisa é extremamente carismática e adorável e fica muito difícil não querer acompanhá-la nesta viagem pela adolescência e suas tentativas de se adaptar a uma nova realidade. O elenco também conta com ótimas atrizes como Maya Rudolph e Gillian Jacobs, que por sua vez tem personagens secundárias bem divertidas.

É muito difícil dizer que este filme vai te surpreender e talvez seja até possível que ele te irrite pelo excesso de obviedade e cenas que não tem muito sentido numa história que às vezes parece não saber exatamente aonde vai e qual vai ser o seu verdadeiro conflito. Mas mesmo com tudo isso, se você estiver com a expectativa baixa, vai ver um filminho divertido que vai te entreter por uma hora e quarenta. Não é o melhor filme de Melissa e nem tenta ser, mas poderia ter se esforçado um pouco mais no roteiro.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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