Tijolômetro – Pacificador (2ª temporada)
Após três longos anos, a segunda temporada de Pacificador finalmente chegou à HBO Max. A expectativa de rever personagens tão queridos veio aliada à curiosidade de descobrir qual seria o próximo nível de zoeiras da série. O sucesso de Superman (2025) só aumentou a ansiedade para ver o anti-herói de John Cena integrado oficialmente ao novo DCU comandado por James Gunn. E por mais que os primeiros episódios cheguem com o pé na porta, o segundo — e provavelmente último — ano do programa deixa um gosto de insatisfação.
Dando continuidade aos acontecimentos da primeira temporada, reencontramos Chris Smith, o Pacificador (Cena), passando por uma crise existencial. Ao encontrar um mundo alternativo onde tudo o que sempre quis é real, ele precisa tomar uma decisão que mudará sua vida radicalmente. Porém, Chris tem de lidar com o desejo de vingança do líder da A.R.G.U.S, Rick Flag Sr (Frank Grillo).
Se antes Pacificador flertava com o besteirol, agora a atmosfera está mais séria. Isso é perceptível logo na música de abertura. Apesar da coreografia inusitada permanecer como o elemento de destaque, a letra da canção Oh Lord, da banda Foxy Shazam, é a mensagem de um pai alertando o filho sobre a dureza do mundo e o incentivando a seguir adiante ainda que se machuque.
Isso se reflete nos personagens centrais em diferentes níveis conforme eles enfrentam as consequências de suas ações. No entanto, o drama se concentra no protagonista, visto que ele está enfrentando tanto dilemas atuais quanto traumas passados. Essa mudança de tom em relação a ele e os demais não é algo ruim, mas um amadurecimento da trama que divide bem o espaço com o humor.
No quesito atuação, John Cena tem uma evolução considerável ao interpretar momentos realmente tensos e tocantes de forma convincente. Mas quem rouba a cena é Danielle Brooks, entregando uma ótima performance na pele de Adebayo, cuja importância se consolida nessa temporada.
Já a inclusão de Pacificador no novo DCU ocorre de maneira rápida e simples, fazendo algumas correlações com Superman logo no começo do primeiro episódio. No decorrer da série, outras referências — grandes e pequenas — são feitas ao filme, gerando implicações para o futuro desse universo compartilhado.
Os problemas começam realmente na reta final. Depois de um início frenético com direito a cenas visualmente chocantes e ousadas — mesmo com episódios muito curtos — o ritmo cai bastante. O sétimo episódio poderia ser facilmente o encerramento da temporada, apesar de se apressar em algumas resoluções e descartar um bom núcleo. Eis que surge o oitavo capítulo prometendo um desfecho impactante, mas James Gunn opta por fazer uma despedida sentimental com um significado pessoal para si que não agrega muito ao programa. O resultado é uma season finale aquém do esperado com um gancho que deixa mais perguntas do que oferece respostas.
Pacificador retorna de forma aparentemente triunfal, porém uma decisão criativa duvidosa prejudica a temporada que tinha tudo para ser promissora. E saber que não há planos para um terceiro ano só deixa essa conclusão ainda mais frustrante. Agora é torcer para que o personagem reapareça em outras produções que enfim amarrem as pontas soltas deixadas intencionalmente pelo roteiro.
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