Tijolômetro – Marvel Zombies (2025)
Na tentativa de sair da mesmice, o MCU começou a contar histórias de realidades alternativas na animação What If…? Logo na primeira temporada, um dos episódios chamou a atenção por se inspirar livremente na série de HQs Zumbis da Marvel. Agora, a temática dos mortos-vivos retorna em Marvel Zombies, porém aquilo que deveria ser inovador acaba se limitando ao formato de sempre.
Após os Vingadores sucumbirem ao apocalipse zumbi, os poucos sobreviventes precisam unir forças em busca da cura do vírus. Nesse cenário catastrófico, a Ms. Marvel e seus aliados se deparam com um artefato que pode salvar a Terra, mas fazê-lo funcionar exige muitos riscos.
A produção é continuação direta do capítulo 5 do primeiro ano de What If…?, onde um vírus do Reino Quântico infecta a população e a transforma em zumbis. Aqui fica evidente um dos maiores problemas da dependência das obras entre si no MCU: depois de quatro anos, Marvel Zombies retoma a narrativa sem ao menos fazer uma recapitulação do que aconteceu. Para aqueles que não se lembram ou não viram o episódio mencionado, a origem desse universo apocalíptico fica sem explicação.
Outro empecilho está no porquê da importância que a Ms. Marvel tem para o desfecho da história, o que também não é esclarecido. Certamente, a resposta está nas outras produções com a personagem — a série homônima e o filme As Marvels — nas quais seus poderes são mais aprofundados.
Por outro lado, a rotatividade dos demais personagens é satisfatória, especialmente se levarmos em conta que o roteiro não hesita em matar alguns deles, causando a sensação de perigo real. Ainda nesse contexto, é perceptível o aumento da violência e a criação de uma atmosfera mais sombria, com menos piadas, aliada à qualidade da animação e boas cenas de ação.
Mesmo que trazer essa temática de zumbis para o universo dos super-heróis seja uma ideia com potencial, algumas decisões limitam a série dentro dos moldes da fórmula Marvel. A principal delas é a necessidade de ter um vilão por trás de tudo para gerar os conflitos, como se um apocalipse de mortos-vivos não fosse o suficiente. O agravante fica por conta da escolha desse antagonista, uma figura que não é novidade no MCU.
Marvel Zombies tem qualidades técnicas e uma premissa instigante que poderiam render bons frutos. Contudo, a dependência de conexões com outras produções tira da produção uma parcela do impacto, sem contar que a repetição de rostos conhecidos nos mesmos papéis reforça a sensação de estarmos assistindo a mais do mesmo.
Assista ao trailer:
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