Tijolômetro – O Telefone Preto 2 (2025)
A era dos remakes e sequências ainda não acabou em Hollywood. Basta que o original faça um mínimo de sucesso para que os produtores bebam da fonte até esgotá-la. E o filme da vez é O Telefone Preto 2, continuação direta da obra de 2021 estrelada por Ethan Hawke. Por mais que o longa dirigido por Scott Derrickson tenha certas qualidades, não alcança a autenticidade de seu predecessor.
Quatro anos depois de matar seu sequestrador, Finney (Mason Thames) ainda não superou a experiência traumática do cativeiro. Em paralelo, sua irmã Gwen (Madeleine McGraw) começa a ser atormentada por pesadelos onde ela testemunha o assassinato brutal de três crianças no acampamento Alpine Lake enquanto o telefone preto toca. Decidida a investigar essas visões, ela convence o irmão a ir até o local. Chegando lá, eles descobrem uma terrível ligação com o Pegador (Ethan Hawke), cujo desejo de vingança o torna muito mais poderoso após a morte.
Um dos méritos de O Telefone Preto 2 é elevar o nível de brutalidade da história. Agora que os protagonistas do filme anterior envelheceram, a atmosfera mais sombria combina perfeitamente com o tema abordado. Em consequência, as cenas de violência estão explícitas, embaladas por uma trilha sonora distorcida que torna a ambientação mais perturbadora.
Essa parte estética só deixa a desejar quando utiliza com demasiada frequência o efeito de imagem granulada para representar os sonhos de Gwen. O uso moderado desse recurso teria sido mais eficaz para balancear a troca entre o mundo real e o onírico sem ficar cansativo e previsível.
Falando em previsibilidade, isso também se aplica aos rumos que o roteiro toma ao abraçar as referências ao clássico do terror A Hora do Pesadelo (1984). O modus operandi do Pegador se assemelha, e muito, ao do icônico vilão Freddy Krueger. Isso, além de tirar a originalidade da trama, também tira a surpresa de alguns acontecimentos e enfraquece momentos que deveriam ser assustadores.
Tal problema fica evidente no confronto final, onde a direção se empenha em construir um embate de vida ou morte. Porém, a sensação de perigo e o temor pela segurança dos personagens são reduzidos já que os espectadores sabem o que esperar de cada um em cena, especialmente do antagonista.
Apesar de esteticamente satisfatório, O Telefone Preto 2 não consegue atingir o mesmo nível de impacto do primeiro filme. A premissa da continuação até funcionaria como uma expansão aceitável desse mundo sobrenatural. Contudo, a execução pautada em elementos que já são conhecidos pelos fãs do gênero rebaixa a obra ao patamar de produções genéricas e esquecíveis.
Assista ao trailer:
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