Homem de Ferro 3 é o inicio da Fase 2 do Universo Cinematográfico da Marvel. É também o fim da trilogia estrelada por Robert Downey Jr, marcado por interpretar o herói considerado a estrela principal da Marvel Studios. O herói sempre foi figura de destaque nos filmes dos Vingadores e em breve será visto novamente em Guerra Infinita.

Nem mesmo as adaptações de quadrinhos escapam da maldição do terceiro filme, quando o encerramento de uma trilogia é aquém do esperado. Franquias como Blade, X-Men e Homem-Aranha já sofreram desse mal e são lembradas desde sempre por causa disso. O que ambas tem comum? Decisões arriscadas que desperdiçam o potencial de ótimas ideias. Em 2013, foi a vez de Homem de Ferro 3 ingressar neste seleto e indesejado grupo e se tornar um exemplo polêmico do que não deve ser feito em uma produção como essa. Apesar disso, algumas coisas ainda se salvam na última aventura solo de Tony Stark no cinema.

Na trama, depois de um inimigo reduzir o mundo de Tony Stark a destroços, o Homem de Ferro precisa aprender a confiar em seus instintos para proteger aqueles que ama, especialmente sua namorada, e lutar contra seu maior medo: o fracasso.

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É neste contexto que entra em cena um terrorista que se autodenomina O Mandarim (Ben Kingsley) que tem deixado os americanos em um estado de medo constante por causa de vídeos enviados à impressa com cenas de assassinatos e atentados aos quais o próprio assume a autoria. Todos esses elementos são importantes para o propósito de fazer uma critica à política americana. É como se nos discursos dele houvesse uma mensagem gritando em voz alta: “Vocês criam seus próprios demônios“. Com isso, é possível perceber que a ideia por trás da construção deste antagonista tinha potencial para torná-lo um vilão marcante.

Porém, uma virada no roteiro estraga toda e qualquer possibilidade disso.  Algo que só pode ser definido como uma decisão muito arriscada e polêmica. Por questões de spoilers, isto não será detalhado. Fica apenas a observação de como a forma que o vilão foi adaptado desperdiçou aquele que sempre foi a principal ameça ao Homem de Ferro nos quadrinhos. Talvez um dos poucos pontos positivos em relação a ele é a atualização em relação a sua origem já que nos quadrinhos, o Mandarim era um exemplo de estereotipo asiático. No cinema, a opção por um terrorista inspirado em figuras reais como Bin Landen serviu bem a trama.

Algo comum em produções como essa, que sofrem do mal do terceiro filme, é tentar expandir o nível de ameaça em quantidade e qualidade. Em Homem de Ferro 3 , o outro vilão apresentado é Aldrich Killian (Guy Pearce) que tem um presença interessante nas cenas de ação. No entanto, o personagem tem um desenvolvimento simplista e pouco desenvolvido na trama principal. 

Mesmo com todas essas criticas, há algumas coisas que merecem o devido destaque. Uma delas é a  introdução da tecnologia Extremis, algo que foi aproveitado em outras produções do universo compartilhado do estúdio como Agents of Shield.

A outra é a forma como a dinâmica da dupla Tony Stark e Jim Rhodes funciona de forma parecida com a dos policiais da franquia Máquina Mortífera, que também contou com roteiro Shane Black. De certo modo, isto não só serve como homenagem mas também como uma forma de releitura cinematográfica.

Enfim, Homem de Ferro 3 está muito distante de um encerramento digno de um franquia que teve um inicio de grande sucesso. Algo lamentável de se constatar visto que o primeiro filme continua sendo lembrado até hoje como um ótimo exemplo de adaptação de quadrinhos. Aliás, é por conta do sucesso inicial das aventuras de Tony Stark em Homem de Ferro e Os Vingadores, por exemplo, que esta terceira aventura acaba sendo “perdoada” em uma avaliação geral do herói no cinema. Que esta produção sirva de exemplo para que outras franquias não sofram deste mesmo mal.

Ficha Técnica:

  • Data de lançamento: 26 de abril de 2013
  • Duração: 2h 11 min
  • Direção: Shane Black
  • Gênero: ação, aventura, ficção científica, filmes de super-heróis
  • Elenco:  Robert Downey Jr.,Guy Pearce, Gwyneth Paltrow, Ben Kingsley, Don Cheadle, entre outros.

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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