Com o comando ousado de Sam Raimi, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura estreia como um dos filmes mais audaciosos da Marvel ao mergulhar de cabeça nos múltiplos universos e confirmar algumas teorias que vinham sendo levantadas há algum tempo e descartar outras sem piedade.
Em seu segundo filme solo, o Mago Supremo (Benedict Cumberbatch) embarca em uma jornada pelo multiverso para encontrar meios de derrotar uma entidade perigosa. Nessa viagem, ele contará com novos aliados, como a adolescente America Chavez (Xochitl Gomez), e seu companheiro de longa data Wong (Benedict Wong), além de pedir a ajuda de Wanda (Elisabeth Olsen). Porém a ameaça é muito maior do que eles imaginam.
A existência de múltiplas realidades já é um fato desde Vingadores: Ultimato. Nas séries WandaVision, Loki e What If…? isso foi explorado mais a fundo até culminar no grande evento de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa. E devido à fórmula da Marvel de correlacionar suas produções, assistir a essas obras ajuda bastante a nos preparamos para a atmosfera e para os personagens que encontramos em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, o qual dá um passo além nesse contexto.
Stephen Strange já deu as caras em seis projetos da Marvel antes, mas só agora em sua segunda produção solo vemos Benedict Cumberbatch em sua melhor performance. Assim como Robert Downey Jr. é o Homem de Ferro, Benedict é o Doutor Estranho, seja neste universo ou nos outros. Sua atuação brilhante dá nuances a cada uma das variantes do Mago que as tornam únicas ainda que compartilhem de alguns traços inerentes ao personagem.
Outra figura que nos é apresentada é America Chavez. A garota consegue nos prender com seu carisma e a química da atriz Xochitl Gomez com o restante do elenco faz com que sua aceitação seja rápida dentro do MCU. A empatia por ela é fundamental para que sua função dentro da trama funcione como o desejado.
Contudo, quem rouba a cena de forma incontestável é a Feiticeira Escarlate. Wanda foi chamada por esse título pela primeira vez nos episódios finais de WandaVision, mas só agora temos ideia do quão poderosa ela é. Elisabeth Olsen se entrega ao papel de forma a nos causar diversas emoções e consegue transitar do terror ao drama em questão de minutos.
E por falar em terror, os produtores não estavam mentindo quando disseram que Doutor Estranho no Multiverso da Loucura traria elementos do gênero. A marca de Sam Raimi está em cada momento assustador do filme. Muito além da primeira trilogia do Homem-Aranha, o diretor é conhecido por várias obras assustadoras como The Evil Dead, e percebemos essas características no longa da Marvel, cujas cenas violentas estão acima da média para as produções do estúdio, algo surpreendente já que a classificação indicativa é de 14 anos.
A única coisa que pode prejudicar a experiência de assistir à produção é o excesso de expectativa. Nesse ponto, os diversos trailers e teasers entregaram muito mais do que o necessário. A surpresa ao ir nos cinemas é descobrir como as coisas acontecem, porque já chegamos sabendo o que acontece em parte da projeção. Mesmo assim todas as participações e acontecimentos que se confirmam têm um propósito definido e cumprem seus papeis de forma coerente até o desfecho.
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura é autoexplicativo em seu título: louco, ousado e insano. Despido das expectativas absurdas que foram criadas, percebemos como o filme foi bem construído e obtém sucesso naquilo que propõe levar ao público. Sem contar que esse foi apenas o começo da nova jornada pelo desconhecido e promissor futuro do MCU.
E para os mais pacientes, vale a pena aguardar as duas cenas pós créditos, uma no meio e outra ao final.
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura
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Nota